a realidade não existe.
E se existir, nunca é uma.
É só interpretação.
Esse meu julgamento sobre seu julgamento é irreal.
Seu julgamento sobre meu julgamento é irreal.
Seu raciocínio não acompanha meus impulsos, e minhas atitudes de fato discordam das minhas convicções com freqüência.
Mas é só porque eu sei (ou interpreto da forma que me convém nesse instante) que as convicções e as atitudes não são realidades.
São fragmentos de um cenário inexistente.
Só a multiplicidade de ângulos liberta.
E sempre ela nos aprisiona na terrível dor que é viver na tentativa absurda de compreensão, controle e transcendência.
Nossos julgamentos são absurdos, porque transformam poeira em superficies opacas, planas e chatas.
Mas os momentos, as circunstâncias e as atitudes são tão geométricos quanto o ar
E tão palpáveis quanto a poesia.
Então, car@ interlocut@r,
Desapeguemo-nos das interpretações rasas. Das expectativas certeiras. Dos olhares viciados. Dos preconceitos enraizados.
Se a realidade é poeira, é com um sopro que ela muda de forma.
E qual vai ser o Santo a nos indicar que caminho seguir para que a vida pareça menos descontrolada nas tão infames tentativas de controle das mudanças?
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