quarta-feira, 22 de junho de 2011

Síndrome do Pânico

Vozes masculinas altas e violentas
Seguidas dos latidos dos cachorros
Irrompem a noite e estupram meus ouvidos.

Eu, no aconchego do meu quarto,
Ouço sem querer ouvir.

Vêm até mim.

E eu retribuo.

O coração dispara,
A mente dispara,
A respiração dispara,
Mesmo sabendo que não há porquê

Silêncio.
E tudo para.

Tudo?

Eu não.

A flama no palheiro incendeia o meu medo,
Remoo por minutos o amargo tolo.

Eu sei que estou bem,
Sei que não é pra temer.
Apenas não o faço.
A segurança está ali, mas não a seguro.
Aqui, na verdade,
No meu quarto,
Comigo.

Não na minha cabeça.



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E não incluí a parte de ficar caçando sons que não existem no silêncio das madrugadas. O pior é quando existem.