segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Mais nadas

Cansando de cansar-se sem razão
Raciocinando o não sentir dos vazios
E racionando os sorrisos estirados e acomodados dos brilhos dos olhos que fecham.

Cada palavra faltosa,
Cada suspiro mal escondido
Cada papel em branco amarelado com o tempo

E cada tempo passado é um subjuntivo feroz
E cada ferocidade minha é um império sem fim
Que se acaba a cada começar de um novo nada.

Fui - e sempre que era, pensava em como ser
e quando despenso em como será
repenso o que fui, e ignoro o que ainda é, o que já é, o que não é e não deixa de ser.

Cada diferença das semelhanças
cada cutucar do marasmo das lembranças presentes
leva ao fundo do poço cheio de memórias sorridentes e sadias
Ao preencher de informação o que agora tanto vazio preenche com nada.

Ora, combino e descombino palavra
coloco pensamento, força, sentimento e vazio em tudo
E tanto tudo que tento abranger em tão pouco é
que nada expresso, nada devolvo, nada resolvo

Tanta resolução mal caminhada,
tanto caminho não caminhado - corrido, desesperado
parado

Que já não sei, de novo, saber porque saber é necessário
E desmereço a sapiência, a ciência, a paciência...

... e ao nada retorno tudo que me chega.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Last Kiss

"She's gone to heaven so I've got to be good,
So I can see my baby when I leave this world."



(...) E então, sob àquela noite de dezembro, o casal de amigos iria se despedir para as férias. Longo período este. O dia era quente, como bem o mês estava acostumado a ser, devido ao verão. Ele pegou as mãos dela e assim ficaram se olhando. Ocorreu o abraço, consideravelmente longo em comparação aos abraços corriqueiros do dia a dia.

- Boas férias - disse ela

De súbido, ele abraçou-a mais uma vez, segurou-lhe o pescoço com as mãos e repentinamente a beijou. O selinho básico, porém, divisor de águas. Ela ficou sem entender o que se tratava.

- Ótimas férias - completou ele

- Mas o que...?

- Não. Não diz nada. Eu precisava fazer isso, nem que fosse a última coisa que faria

Separando-se da garota, ele pegou sua mochila que estava no chão, aos seus pés. Abriu-a, mexeu um tanto e tirou um revólver. Seus olhos marejaram. Ela ficou extremamente espantada. Ele abriu o tambor e mostrou à garota que havia apenas uma bala nele. Fechou-o e girou, dando ao acaso que escolhesse a posição da única.

Tão repentino como lhe fora o beijo, ele colocou o cano sobre sua cabeça. Ela, temendo o que aconteceria, não deixou que o tiro se consumisse. Vendo que a menina iria impedi-lo, ele logo puxou o gatilho enquanto a outra ia em direção para que isso não acontecesse.

O tiro.

Falhou.

Não estava presente a bala.

Sabendo que não teria a mesma sorte de novo, rapidamente ele puxou pela segunda vez o gatilho. Porém, no que ele fez isso, ela já estava segurando a arma, tal qual ele. Ele, apontando pra cabeça do próprio, e ela, tirando do lugar. O que aconteceu foi que dessa vez o tiro aconteceu de verdade. O projétil saiu do cano. Mas com o agito da situação, a disputa entre forças, a rapidez do momento, ninguém percebeu que justo nessa hora o cano da arma estava apontado para a garota.

Metaforicamente, o tiro saiu pela culatra.





Eu levantei da cama, liguei o note e escrevi isso.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Parabéns pro Ga!

Pena que esse não é lírico. E eu coloquei um trecho no orkut... Se brotar algo lírico atrasado, eu mando mesmo assim, tá?

É, esse cara tá crescendo. Mais rápido e mais intensamente entre os dois últimos aniversários do que nunca, né? ...

....

Tá. Não consegui discorrer sobre o tempo. Sobre o bacana que é ver a nossa amizade se fortaler a cada aniversário que passa, mesmo à distância. Nem o quanto que é um orgulho pra mim acompanhar a sua personalidade e o seu caráter se modificando, fazendo com que você seja sempre esse ser humano fantástico, sensível e absurdamente único que sempre foi, e agora mais do que nunca, todo mundo pode perceber que é.

Então vou colar o texto que eu tava escrevendo antes de escrever o parágrafo anterior. Lá vai:

É absurdamente difícil saber o que escrever pra um cara desse. Primeiro, porque ele é um dos melhores escritores que conheço, mesmo esse título não sendo (ainda) oficial. Então, bom, como qualquer coisa que eu escrever vou achar que tá ruim, vou fazer do jeito que sei melhor: de coração.

O Gabriel tem uma das melhores mentes e um dos maiores corações que eu já vi. É inteligente, criativo, detalhista, cuidadoso, meticuloso. Tudo o que faz faz com paixão e dedicação: perfeccionista. É um puta que pariu de um amigo foda, que tem os ouvidos/olhos atentos e sempre prontos pra acatar e escutar todos os desabafos, desde os mais bocós até aqueles e-mails enormes e egoístas.

Do coração... Nem sei como dizer. Ele voa longe, também é dedicado e cheio de carinho pra dar. É mal compreendido, criativo: coração de artista. Coração de poeta.

Coração do poeta torto, meu irmão, e um dos melhores amigos que eu já achei nesse mundo.

É só uma pena que a gente esteja sempre tão longe pra dar aquele abraço de urso, né?

Que ele possa ter toda a sorte do mundo, e que tenha sempre tranquilidade, sensibilidade e sabedoria para utilizar essa sorte. Que essa maturidade que está chegando seja composta de experiências inesquecíveis, experiências risíveis, e até mesmo experiências insignificantes, só pro tempo passar mais rápido e as mais bacanas chegarem mais depressa.

Tudo de bom pra você, Ga! TUDO!

Então fica um super hiper mega abraço cheio de amor e carinho, mesmo que metafísico. Tanto no âmago, quanto no coração.

Da poeta torta irmã,

Marina

Feliz Aniversário?

Repousa sob o colo do teu Gabriel
O qual não sou eu Gabriel.
Por vezes engana-me
Chama-me de _____
Por mais de uma vez
E assim demonstra o afeto
Com o Gabriel
Que não eu Gabriel.
Sensação amarga
Após o dcoe café
Nem este supera
O amargo do outro.
Provavelmente,
Não conseguirei reler este poema
Faço-o com letras ruins
Tortas
Talvez (inteligível).
Oras,
Pode-se dizer
Que ela tá do meu lado.
Quase isso.

Resisti por muito tempo
A voltar ao papel
Pegar o Lápis
E mal-traçar
Essas amaldiçoadas linhas.
Mas então,
Um verso ou outro
Me vem à cabeça
Recebo um empurrão
E cá estou
Mais uma vez e outra
Amargando na escrita.
Tá, eu sei
Que já usei este termo
Outras duas vezes
Mas até aí, hoje tenho licensa poética
Faço o que quiser.
Feliz Aniversário?
Não, somente outro poema desconexo.








Sem mais.