quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sentimentos que não afloram, existem soterrados no marasmo da minha face inexpressiva, de olhos levemente cerrados. Espelhos incapazes de refletir, como vivessem em uma eterna escuridão em que a luz jamais alcança. Meus temas costumeiramente se repetem e eu falo desses imensos vazio de significados, vez ou outra um delírio toma conta e consigo escapar de mim, num sonhar acordado estranho, megalomaníaco em minha debilidade sinto todo um universo que já nasce mortificado surgir em mim. Quem eu era já não faz mais diferença, serei aquilo que quiser e assim moldo trabalhosamente e com um imenso esmero, um mundo que em sete dias desfaço sem o menor remorso. Não posso ser sucinto, pois as fantasias habitam nos detalhes mais nefastos e isso a explica a minha incapacidade para ser prático,e nessas voltas de pensamentos vazios por completo me deixo levar pelo egoísmo e me condeno por minha existência carecer de qualquer significado, pois esse amargar é prazeroso e tolo e a angustia é um pequeno luxo da insanidade que me invade e de assalto me todas as razões daquilo que faço. Há quem diga quando o sétimo dia acaba tratar-se de um dia morto ou desperdiçado, pois num geral é nele que não se faz nada, mas quando penso mesmo que eu nada eu também tenha feito, como poderia ser desperdiçado se fiz aquilo que quis? E mesmo o vazio pode certamente transbordar significados, como o que lhes escrevo agora, enquanto conto-lhes tudo, não os digo nada...