quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sentimentos que não afloram, existem soterrados no marasmo da minha face inexpressiva, de olhos levemente cerrados. Espelhos incapazes de refletir, como vivessem em uma eterna escuridão em que a luz jamais alcança. Meus temas costumeiramente se repetem e eu falo desses imensos vazio de significados, vez ou outra um delírio toma conta e consigo escapar de mim, num sonhar acordado estranho, megalomaníaco em minha debilidade sinto todo um universo que já nasce mortificado surgir em mim. Quem eu era já não faz mais diferença, serei aquilo que quiser e assim moldo trabalhosamente e com um imenso esmero, um mundo que em sete dias desfaço sem o menor remorso. Não posso ser sucinto, pois as fantasias habitam nos detalhes mais nefastos e isso a explica a minha incapacidade para ser prático,e nessas voltas de pensamentos vazios por completo me deixo levar pelo egoísmo e me condeno por minha existência carecer de qualquer significado, pois esse amargar é prazeroso e tolo e a angustia é um pequeno luxo da insanidade que me invade e de assalto me todas as razões daquilo que faço. Há quem diga quando o sétimo dia acaba tratar-se de um dia morto ou desperdiçado, pois num geral é nele que não se faz nada, mas quando penso mesmo que eu nada eu também tenha feito, como poderia ser desperdiçado se fiz aquilo que quis? E mesmo o vazio pode certamente transbordar significados, como o que lhes escrevo agora, enquanto conto-lhes tudo, não os digo nada...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ela.

Eu não tenho exatamente para onde ir se não para baixo, mais e mais profundamente para baixo num ciclo infinito, como um espiral. Talvez das profundezas eu possa sentir melhor seu hálito, compreender o sabor inestimável do toque de torpor de seus lábios, o qual a visão em um paradoxo sarcástico nos sopra a vida. Meus sentidos deturpados me mostram o caminho enquanto ouço os passos leves e compassados de seus pequenos pés alvos, meu coração palpita e posso escutar meus antepassados com os olhos cobertos sussurrarem num tom fúnebre “é ela”, pálida de sorriso suave e fino, os vítreos olhos alegres e a beleza incomparável. E nesse limite entre o abismo e a vida toco-lhe os dedos com medo e gozo, a dor imensurável contamina meu corpo por inteiro, mas tomado de uma calma mórbida, sinto que nada mais realmente importa, seguro em suas mãos doloridas com mais firmeza, rogo-lhe do fundo de minha alma, tento conquistá-la, mas tu, doce prostituta, és de todos e com todos há de deitar-se. Não poderia com meras palavras capturar a essência cruel efígie, mas nessa vislumbrar do horizonte enxergo-a por completo, da forma que jamais outro o faria, fosse somente minha e eu a amaria confessadamente, seria consumido pela sua necessidade de bom grado e ao vazio retornaria como seu humilde servo.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Numa noite de insônia qualquer...

No silêncio de uma noite gélida de inverno, ouço o vento soprando violento, ouço o eco dos gemidos do meu espectro me condenando, o arrastar de suas pesadas correntes pelo chão do limbo em meu pensar. Em silêncio não consigo expurgar tais sentimentos e se olhos fecho sinto o tormento ensurdecedor maculando minha alma com angustia antes que as pílulas possam fazer qualquer efeito. As palavras engasgadas nada significam, posto que ninguém pode ouvi-las, mas no arranhar do lápis no papel eu procuro nessa noite lúgubre gritar baixo para dar um pouco de paz aos meus pensamentos. Numa noite profundamente escura e interminável, eu tento não me manter sóbrio, porque a sanidade aqui enlouquece, nesse mundo de desespero em que é sempre madrugada, a única voz que se escuta são as correntes de ar em tons mortiços e no silêncio quem jamais se cala são as brutas frustrações a dilacerar meu âmago. Talvez eu só possa me manter comigo quanto tudo isso terminar e eu possa vagar livre de mim e de qualquer identidade, por um vasto jardim numa manhã ensolarada, mas a escuridão parece não terminar jamais...

sábado, 16 de julho de 2011

Torto

Vez ou outra vejo alguém usando esse adjetivo, vez ou outra me pergunto se outros sentem o vazio que eu sinto. No fundo eu sei que não, que é uma patologia sincera e solitária, distante dos bares ou dos amigos, é um vácuo que consome aos poucos pedaço por pedaço para transformá-lo em palavras banais de agonia. Talvez cada um seja torto conforme a sua própria essência, e a minha essência que agora é vazia teima em buscar nexo para cada um dos dias e não encontra no futuro uma razão para se esquecer de que respira e o faz manualmente sem entender ao certo porque. Sabe-se que existe algo engasgado, que precisa ser dito, uma carga que precisa ser extravasada, mas não existem palavras para descrever essa diferença imensa que eu sinto, que nunca foi de grau, apenas uma distância infinita. No fundo eu sei de fato o que eu sou, e sei que ninguém mais o é, e jamais ninguém poderia ser, posto que cada um é produto de um experimento único, mas eu estranho como todos eles, os outros, se adequam bem ao todo, enquanto eu distante os observo do meu vazio, curioso.

Então se eu não me encaixo ao todo, eu sou o torto, minha essência é torta, patológica, e eu sinto o incomodo psicótico de ceder o meu lugar de direito a algum outro "torto qualquer". As pessoas na sua maioria tem dias tortos, talvez vislumbrem o que o torto significa, mas de certo não compreendem e também para elas não seria possível ou faria sentido. Um estigma que o torto carrega e por isso sente-se algo, algo que é torto, pois não fosse torto, seria nada, e se nada fosse então a muito já haveria se perdido dentro de si. Todos os dias de manhã, quando abro os olhos, lembro minha patologia, lembro dos meus comprimidos, lembro daquilo que me faz ser e como isso que me faz ser não é o que me compõe como inteiro. Ainda que seja todos, todos é o nada e o torto real nada fala, apenas emudece, se silencia em sua própria agonia solitária...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Síndrome do Pânico

Vozes masculinas altas e violentas
Seguidas dos latidos dos cachorros
Irrompem a noite e estupram meus ouvidos.

Eu, no aconchego do meu quarto,
Ouço sem querer ouvir.

Vêm até mim.

E eu retribuo.

O coração dispara,
A mente dispara,
A respiração dispara,
Mesmo sabendo que não há porquê

Silêncio.
E tudo para.

Tudo?

Eu não.

A flama no palheiro incendeia o meu medo,
Remoo por minutos o amargo tolo.

Eu sei que estou bem,
Sei que não é pra temer.
Apenas não o faço.
A segurança está ali, mas não a seguro.
Aqui, na verdade,
No meu quarto,
Comigo.

Não na minha cabeça.



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E não incluí a parte de ficar caçando sons que não existem no silêncio das madrugadas. O pior é quando existem.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

De vez em quando, à noite, enquanto me entorpeço, a inspiração me visita e eu a obedeço, apenas escrevo desvairadamente, sem eira nem beira, somente escrevo. Escrevo porque meu coração grita, escrevo porque meu ego lamenta, escrevo porque me sinto ínfimo, como o mais baixo dos homens, como fossem minhas habilidades inferiores as medíocres. Escrevo porque me sinto ninguém, e sinto falta daqueles que comigo ninguém se sentiam ou porque mais visão me faz ver o quão distantes realmente estavam aqueles que se achavam comigo.

Não sei se é imanente à humanidade essa sede amarga de sentir-se miserável, mesmo abastado e saciado pelos melhores vinhos. Eu gostaria de fazer esse sentimento passar, esse grito cessar, mas a vida teima em fazer com que eu me sinta misero. E misero, eu caminho como um embriagado em um beiral de um arranha-céu infindo, e a cada passo sente-se cada vez mais amedrontado, cada vez mais sozinho. E de repente eu me apercebo como meus poemas adotam cada vez mais o traço de cartas de suicídio.

Escrevi linhas vazias, vazias como este poeta, vazias como o sentido da minha vida vazia, vazias como a minha mente esta agora, vazias como a minha alma sempre foi, dotada desse vácuo que me consumiu a cada dia. Alimentei-o com carinho, de generosidade, filantropia, compaixão e de sonhos, ilusões. Ah sim, a vida fora bela, mas por essa hora eu só consigo pensar em findar todos esses sentimentos, só consigo pensar que não existem mais saídas e eu não penso mais e não sinto mais e não digo mais nada... boa noite.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Delirio

Não poderia escrever sóbrio a respeito do prazer da minha insobriedade, minha mente me pega todas as peças e eu sonho acordado, vivo morto nesse limbo entre o céu e a terra onde não se pode distinguir os sonhos da realidade e de repente a razão deixou de fazer sentido, a ilusão faz-se muito mais real na mente e no espirito do poeta embriagado. Todas essas voltas fazem pouco sentido, ah, mas se aqueles que jamais se embrigaram pudessem vê-las, veria a beleza transcedental de seusefeitos

Os enamorados decaptam rosas para entregar as suas amadas suas cabeças decepadas, os enamorados entregam a suas amadas morte em si, vicissitudes humana, que desde sempre oferece a morte a quem ama e disso sequer se apercebe. A volupia clama a insanidade e está por sua vez reconcilia mortiçamente uma vida hedônica de rotinas. Do limbo enxergo o espirito lamurioso das rosas, compreendo sua dor e juntos nos rimos, pois a própria dor é real e portanto uma ilusão. O elixir filosofal há de me libertar da limitações da carne e me dar asas para alçar ao infinito.

Cortemos a nossa carne , sangremos nossos medos, para nos lembrarmos que essas dores e esses transes são os unicos momentos distantes da nossa fria condição humana. Corto-me cá, corto-me lá, arranco um olho e ainda sou o mesmo, mas agora enxergo além, enxergo o que realmente está vivo, que apodreceu com o tempo, se desfez de seus ossos e jaz apenas em memória. Com o instrumento argento perfuro o coração, provo o sabor do sangue, a vida esvair-se por entre meus labios por gotas, sinto o mundo e segundos depois, mais nada...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Arquivo


Olhar pra trás é
aprender ou
cair sem querer
desfalecer
temer e se desobedecer.

Ler o passado é
ver o que já não se é
perder o impulso de querer tornar-se
e enrolar-se no ser que não é.

Ah...
De cair-se
é uma estrela que cai
decadência é uma dor que não sára

Ah...
Evolução é um futuro tão distante!
E o presente uma roda constante
que sobe, desce, sobe e...
Cai.

E a queda tira tanto dessa velocidade...

que as vezes me pergunto se não é melhor deletar o que está para trás.

- Pena que são fatos 24h, à caneta, com tinta permanente e aparição eterna.

Em suma, o belo
o estraordinário
o criativo e o inteligente que foi
é mais uma âncora no atolado barco
que caminha, caminha, caminha sobre a areia
e parece só se afastar do destino final.



Fui procurar o Boom da história e achei textos antigos que eu fazia. E trabalhos pra escola. Puta que pariu, eu já fui mais inteligente. É esse o resumo dessa droga que escrevi aí.


Não, não foi um bom dia. Abs.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Dia Estupidamente Bonito

Hoje o dia está estupidamente bonito, pensou ao acordar.

Chegou tarde,
Viu-a no almoço.

Estava bonita.

Almoçaram.
Curtiram uma digestão.

Ela disse não estar afim de beijar.

Tudo bem.

Ela vai embora mais cedo
Se arrepende
Volta
Beija

Interrompo.

Disse que quem era esquisito era eu
Com um beijo no rosto se despede dizendo:
Meu ônibus chegou.
Subiu sem olhar pra trás.

E foi embora.

Foi um dia estupidamente bonito.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

sobre-viver

Difere viver e sobreviver.

O primeiro é fácil,
O segundo exige humanidade,
Contato,
Relação,
Esforço;
Sobre-humano.

Sobre-vive, Sobre-humano.

No primeiro,
Respira.
Come.
Tenta te manter são.

No segundo,
Te esforça pra respirar (direito),
Arranja comida (suficiente),
Lê um livro (decente).

No primeiro, faz.
No segundo, faz:
Direito,
Maior,
Melhor.

Um cão de família vive
Um mendigo de rua sobrevive
Um amante ora vive, ora sobrevive.

Eu?

Eu tento.

-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

SEMANA DOS POEMAS DEPRESSIVOS.

Tipo "Cyanide and Happiness".

Daria pra ficar maior, até pensei em estender. Mas quem gosta de merd é a Sabesp.

Flores


cada amor é um olhar,
um entregar-se e um passar.
- jamais pesar!

Eu, passo, me viro
e mesmo assim -
vezes em que não viso ver
vejo que deveria ter sentido.

Sinto que se sente o insensível
sem sentir-se a extra sensibilidade

e vejo que o presente é a torção do passado
esmagação, trituração, cozimento, assado
e serviço à própria mesa
para a alimentação do desgoso desnecessário.

Amor é flor!
é torpor, é alegria
é abstração da passada sangria.

Viver é olhar à frente
observar o passado
carregá-lo, sem pesos e sem cordas que o amarrem aos nossos pés

amar é flor!
é desabrochar, perfumar,
quebrar-se e manter a beleza
cair ao solo e florescer novamente.

E a dor?
A dor a gente canta, dança
aprende!
passa por cima e avança.



-x-x-


e se ao teu jardim minhas flores forem insuficientes
planto ervas cheirosas,
gramas vistosas
que de tão bela paisagem
deixarás o passado terminar sua passagem.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sabe, eu estive pensando ultimamente e Deus, eu tenho que odiar as pessoas que cultuam a si mesmo como se fossem a melhor coisa da face da terra, por que? Porque eu não me sinto assim em absoluto! Provavelmente só as odeio por invejá-las... E também tenho que odiar as pessoas que conseguem se comprometer com suas metas pessoais, Por que? Porque eu também não consigo fazer isso! Eu sempre arrumo um imprevisto, sempre me distraio, me sinto sempre com preguiça, logo, eu tenho que odiá-las por não conseguir dar tudo de mim. Tenho que odiar as pessoas organizadas e que tem metas, pois as minhas se perderam na bagunça da minha vida, não sei direito pra qual direção vão meus passos atualmente e cada dia a impressão que tenho é de que sei cada vez menos. Tenho me perdido em tantas coisas banais que não sobra muito Wilver pro que realmente importa e mesmo que eu me sinta culpado e jure toda noite que amanhã será diferente eu sei que no fundo vou falhar... O que está doente em mim afinal? Minha disposição ou o meu carater? Em todo caso a culpa segue e me dilacera até que sobre pouco amor por mim para continuar...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Clichê Pessoal Trilingue e Brega


I’m an everything and a nothing at all.

Porque tudo que eu quero me parece nada,
E nada quero saber desse monte de tudo.
Me gustaria algo,
Pero no sé mas o que exatamente gostar sería.
Séria, sei que al menos sonriría
Se escolhas concisas fizesse por un dia.
Overload of information,
Dedicação esforçada ao único tudo
Nada é tão vago e absoluto
quanto a maior quantidade possível de mínimos.

Discorro, corro, fujo
Não morro!

Torço para que se abram as possibilidades de fechamento do meu horizonte.
Que já transcedeu há kilodécadas os 360 grados.

-feito há seis dias

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A gente vive como vive, ou vive como pode. Se sente sozinho, isolado, mas a gente sobrevive, mesmo incompreendido, mesmo desinteressado, estamos lá todos os dias, pois a gente vive todo dia e nenhum dia é diferente. Nos meus desejos mais intimos, sonho que passo um dia morto, sem pensar, sem sentir ou sem respirar sinto que sou de fato diferente e que nessa diferença nada mais pode me ajudar...

sábado, 12 de março de 2011

Jovem Adulto

Jovem Adulto

Ser jovem adulto não é fácil. Lembrando que essa faixa se estende desde os 18 anos de idade até os 25.

Eu diria mais, diria que é mais difícil que a adolescência, que por si só já é um período super conturbado na vidade de qualquer um. Ou que muitas vezes é conturbado.

Mas voltando às idades, eu não sei se concordo com aquela definição de cima. A vida - e também problemas - do jovem adulto, na minha opinião, começam logo quando ele termina o ensino médio. Mentira, começa antes, mas a obrigatoriedade de dar uma resposta à vida é no final do ensino médio.

Eu explico: o primeiro grande problema caótico existencial na vida de muitas pessoas/crianças/adolescentes/jovens adultos é a de terminar o terceiro ano do ensino médio e prestar um vesibular. Mas pra quê curso? Não vou aqui me estender em questões sobre a (falha) educação brasileira (e o total não-apoio acadêmico por parte da escola a seja lá qual carreira o indivíduo queira seguir e então tem que decidir por si só sem muita base e, muitas vezes, não consegue escolher ou acha que conseguiu decidir, faz 2 anos e vê que não era aquilo ou ainda, pros raríssimos sortudos, já sabem o que querem e seguem em frente). Mas fato é que esta é a primeira das muitas decisões que as pessoas - nem todas - têm de tomar.

E então, quando você tem a meta de passar no vestibular, você passa e entra pra vida acadêmica. Pode morar fora, ou não, pode trabalhar, ou não, pode ter boas notas, ou não, pode saber qual área quer seguir, ou não, pode querer/precisar de independência financeira, ou não, pode ser feliz e comprovar que era isso mesmo que queria desde os tempos de colégio, ou não, pode ter uma gravidez indesejada depois de uma das festas da facul onde ficou bem louco e só foi lembrar quem engravidou 9 meses depois, ou não.

Enfim, são diversas questões que poderiam ser apontadas aqui, mas onde eu quero chegar é: em meio a tantas opções e perguntas e respostas cobradas pelo mundo à sua volta, o jovem adulto precisa lidar com todas elas como se tivesse a experiência de um adulto - mas ele não tem. Guimarães Rosa disse certa vez que viver é muito perigoso. E é mesmo. De uma perspectiva (no meio de milhares delas), viver é obter respostas pras perguntas que o mundo te faz.

"Mundo - Então, você passou na faculdade. E o que fará depois dela? Onde vai morar? Quando vai começar a ganhar dinheiro? E aquela menina pra quem você olha, você quer namorar ela? Mas como vocês farão depois da Academia? Você quer continuar nessa cidade, quer voltar pros seus pais, quer ir a outro lugar? Se sim, onde? E qual área você quer se meter? Você conseguirá manter uma família com isso? E se você..."

E assim vai.

Eu não darei resposta pro que fazer com a Jovem Adultice das pessoas. Nem eu sei. Eu também estou afogado em meio a elas. Muitas vezes as respostas estão mais perto da gente e nem percebemos. Outras vezes elas estão tão longe de serem alcançadas que continuamos a insistir em querê-las AGORA. Não é assim. É a gente que não sabe como lidar. O jeito é descobrir.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Decisões, decisões...

Eu acho que estou num daqueles meus momentos emos. A sensação que tenho sentido esses tempos é que tudo está fora de onde deveria estar e eu não tenho vontade de me mexer pra consertar ou mesmo correr atrás de qualquer objetivo. Me sinto em falta comigo, com as minhas responsabilidades para comigo, como se eu houvesse me traído e sem querer, quase tudo meio que perdeu o sentido como eu me perco de mim nessa horas que passo sozinho. É triste perceber que vou envelhecendo, por mais que sentir-se velho aos 23 anos soe absurdo a qualquer leitor, sinto que já não suporto mais tanto álcool como outrora, que as gripes demoram mais a passar, ou que qualquer outra moléstia agora me incomoda mais e já há muito tempo que não sou visitado pelo furor e a certeza da jovialidade. Perdi-me de mim e todo dia sou só dúvidas, se faço a coisa certa, se sou mesmo capaz, mas também quem não é? Acho que no fundo todos são tão assustados quanto eu e como eu também põem as dúvidas de lado e apenas seguem, pois não há caminho de volta, nunca houve...

É um eterno caminhar da esquerda para a direita, de cima para baixo e viram-se páginas, passam experiências, a memória falha, mas ainda sim, essencialmente ninguém se conhece ou mesmo entende suas próprias razões ou aquilo que busca. Pode se refletir horas sobre essa condição, mas ainda sim apenas chega a lugar nenhum, Ainda que se caminhem anos, acho que é impossível se alcançar uma fração de algum lugar. E às vezes a gente só se lembra, pois está é a arma do silêncio, a lembrança e a sensação de que a maioria das coisas apenas passa e você também passa e um dia deixa de existir, e depois deixa de ser memória e por ultimo nem sequer uma vaga lembrança. Terra a terra, pó ao pó para aqueles que são medíocres e se encerram no silêncio de suas dúvidas idiotas.

Gostaria muito de poder concluir o que escrevo, mas não me sinto seguro quanto a isto, não tenho nenhuma averiguação fatídica a ser feita, apenas estas conjecturas vãs de livros de auto-ajuda. Nunca me senti grandioso, nunca aspirei isso, mas às vezes eu me canso de me sentir pequeno e ínfimo, de não conseguir fazer planos e me sentir "parado" já a um bom tempo. Preciso de respostas as quais não sei onde encontrar. Preciso de mais tempo que não sei onde encontrar. Preciso de mais equilíbrio e maturidade que já não brotam mais de mim. Preciso de descanso, intenso, frio, sonho, fim...