segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Todo Torto (ou ainda: Dois Tortos não se Desentortam)

É com certo receio que começo a escrever esse texto. Não sei, algo que incomoda. Algo não me deixa despejar tudo o que eu quero, o que é bem estranho, contraria justamente o que diz a psicanálise, que quando a gente precisa dizer algo e não sabe como, a gente arranja outro método pra fazer isso. Algum demônio talvez queira que os meus pensamentos tortos ecoem para todo o sempre na minha cabeça, não me deixando libertar deles, jogar fora, mudar, sabe-se lá o que.

Falando em tortura, no sentido torto da coisa, concluo que dois tortos jamais se desentortam. Depois de pensar um tanto com as coisas que me incomodam, chego a isso. Não estou aqui pra competir com ela quem é mais torto, cada um do seu jeito torto de ser. Não, não tem como. Odeio ter de dizer isso, mas a verdade é essa: não tô aqui pra desentortar ninguém. Eu é que preciso disso. Mas ela tem sim jeito de desentortar. Resta saber, primeiramente, se ela quer isso. Provavelmente não quer, não agora. E mesmo que não queira, se for realmente do interesse do desentortador, ele pode meio que forçá-la a isso. Não necessariamente forçar, talvez, e sim mais convencê-la a isso, persuadir. Coisa que eu poderia fazer, caso realmente estivesse disposto a tal. E não, de fato, não estou. Estou cansado, torto, precisando de um colete.

Ou ainda também precisando de novos óculos, lunetas, telescópios, microscópios, troquem-me os olhos, pois eles não conseguem ver o mundo do jeito que deveria ver. Os meu naturais parecem distorcerem a realidade, deixando tudo pior, quando na verdade é assim que as coisas deveriam ser, cada qual no seu contexto, cada um no seu quadrado. Ah, olha que coisa, também minha vista é torta, como se não bastasse o resto do corpo. Resto da mente. Resto do resto.


Apesar de ser um tanto de verdade tudo o que disse, e outro tanto sendo exagero, porque assim que também a vida é, tudo aqui é uma grande metáfora. As imagens, os substantivos, o poema como um todo. Tudo.


E esse parágrafo de cima era original do texto, mas resolvi tirar e deixar sendo um comentário meu em off. Sei lá, ele estraga o final.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Boa Sote II

É com o pesar das balanças, ou não, que mais uma vez venho dar um ponto final. A história se segue há meses, com certas reviravoltas no seu decorrer. O problema é que todas elas foram sempre iguais. Das primeira vezes, eram coisas grandiosas. Mas depois de um tempo, tornou-se tudo o mesmo, a mesma rotina, o mesmo vai e vem. Isso desgasta.

E cansa.

Cansa que me vem a necessidade de expressar esse cansaço. Não me sairei tão bem como quando escrevi a outra, nos idos de 2007, mas tento mesmo assim. Talvez da outra vez, devido à inexperiência minha na ocasião, o texto fluiu melhor, mais sentimental e explosivo. Sim, eu também estava cansado, mas o sentimento de agora diverge um tanto quanto da outra vez. Ambas foram sim bastante intensas e por vezes amarga. Porém, não sei porque ao certo, agora me sinto mais fatigado do que decepcionado.

É cruel, o vai e vem de agora me causou muitas falsas esperanças que foram despedaçadas dali a poucas semanas que foram criadas. Apesar de tudo, o problema é unicamente meu. Eu que me preocupei com isso, eu que pensei o que pensei e cheguei onde cheguei. Ela não tem culpa. Pelo contrário, ela é inocente. Até demais.

Por essas e outras que achei digno o título que dei. Não só porque me remete a um período passado da minha vida, um outro caso com seus pontos em comum e outros tantos em total divergência. Mas também, porque é verdade - Boa Sorte, você precisará. Apesar dos pesares, eu quero que você seja feliz, se dê bem na vida, brilhe como quando por vezes o faz pelos corredores do IEL. Mas com a cabeça-dura que tem, só me resta mesmo desejar-lhe felicidades.

Porque, pra abrir os seus olhos, é preciso um esforço muito grande, estupidamente forte, o qual eu não fui capaz de fazer.

Boa Sorte.

Você precisará.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Mais nadas

Cansando de cansar-se sem razão
Raciocinando o não sentir dos vazios
E racionando os sorrisos estirados e acomodados dos brilhos dos olhos que fecham.

Cada palavra faltosa,
Cada suspiro mal escondido
Cada papel em branco amarelado com o tempo

E cada tempo passado é um subjuntivo feroz
E cada ferocidade minha é um império sem fim
Que se acaba a cada começar de um novo nada.

Fui - e sempre que era, pensava em como ser
e quando despenso em como será
repenso o que fui, e ignoro o que ainda é, o que já é, o que não é e não deixa de ser.

Cada diferença das semelhanças
cada cutucar do marasmo das lembranças presentes
leva ao fundo do poço cheio de memórias sorridentes e sadias
Ao preencher de informação o que agora tanto vazio preenche com nada.

Ora, combino e descombino palavra
coloco pensamento, força, sentimento e vazio em tudo
E tanto tudo que tento abranger em tão pouco é
que nada expresso, nada devolvo, nada resolvo

Tanta resolução mal caminhada,
tanto caminho não caminhado - corrido, desesperado
parado

Que já não sei, de novo, saber porque saber é necessário
E desmereço a sapiência, a ciência, a paciência...

... e ao nada retorno tudo que me chega.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Last Kiss

"She's gone to heaven so I've got to be good,
So I can see my baby when I leave this world."



(...) E então, sob àquela noite de dezembro, o casal de amigos iria se despedir para as férias. Longo período este. O dia era quente, como bem o mês estava acostumado a ser, devido ao verão. Ele pegou as mãos dela e assim ficaram se olhando. Ocorreu o abraço, consideravelmente longo em comparação aos abraços corriqueiros do dia a dia.

- Boas férias - disse ela

De súbido, ele abraçou-a mais uma vez, segurou-lhe o pescoço com as mãos e repentinamente a beijou. O selinho básico, porém, divisor de águas. Ela ficou sem entender o que se tratava.

- Ótimas férias - completou ele

- Mas o que...?

- Não. Não diz nada. Eu precisava fazer isso, nem que fosse a última coisa que faria

Separando-se da garota, ele pegou sua mochila que estava no chão, aos seus pés. Abriu-a, mexeu um tanto e tirou um revólver. Seus olhos marejaram. Ela ficou extremamente espantada. Ele abriu o tambor e mostrou à garota que havia apenas uma bala nele. Fechou-o e girou, dando ao acaso que escolhesse a posição da única.

Tão repentino como lhe fora o beijo, ele colocou o cano sobre sua cabeça. Ela, temendo o que aconteceria, não deixou que o tiro se consumisse. Vendo que a menina iria impedi-lo, ele logo puxou o gatilho enquanto a outra ia em direção para que isso não acontecesse.

O tiro.

Falhou.

Não estava presente a bala.

Sabendo que não teria a mesma sorte de novo, rapidamente ele puxou pela segunda vez o gatilho. Porém, no que ele fez isso, ela já estava segurando a arma, tal qual ele. Ele, apontando pra cabeça do próprio, e ela, tirando do lugar. O que aconteceu foi que dessa vez o tiro aconteceu de verdade. O projétil saiu do cano. Mas com o agito da situação, a disputa entre forças, a rapidez do momento, ninguém percebeu que justo nessa hora o cano da arma estava apontado para a garota.

Metaforicamente, o tiro saiu pela culatra.





Eu levantei da cama, liguei o note e escrevi isso.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Parabéns pro Ga!

Pena que esse não é lírico. E eu coloquei um trecho no orkut... Se brotar algo lírico atrasado, eu mando mesmo assim, tá?

É, esse cara tá crescendo. Mais rápido e mais intensamente entre os dois últimos aniversários do que nunca, né? ...

....

Tá. Não consegui discorrer sobre o tempo. Sobre o bacana que é ver a nossa amizade se fortaler a cada aniversário que passa, mesmo à distância. Nem o quanto que é um orgulho pra mim acompanhar a sua personalidade e o seu caráter se modificando, fazendo com que você seja sempre esse ser humano fantástico, sensível e absurdamente único que sempre foi, e agora mais do que nunca, todo mundo pode perceber que é.

Então vou colar o texto que eu tava escrevendo antes de escrever o parágrafo anterior. Lá vai:

É absurdamente difícil saber o que escrever pra um cara desse. Primeiro, porque ele é um dos melhores escritores que conheço, mesmo esse título não sendo (ainda) oficial. Então, bom, como qualquer coisa que eu escrever vou achar que tá ruim, vou fazer do jeito que sei melhor: de coração.

O Gabriel tem uma das melhores mentes e um dos maiores corações que eu já vi. É inteligente, criativo, detalhista, cuidadoso, meticuloso. Tudo o que faz faz com paixão e dedicação: perfeccionista. É um puta que pariu de um amigo foda, que tem os ouvidos/olhos atentos e sempre prontos pra acatar e escutar todos os desabafos, desde os mais bocós até aqueles e-mails enormes e egoístas.

Do coração... Nem sei como dizer. Ele voa longe, também é dedicado e cheio de carinho pra dar. É mal compreendido, criativo: coração de artista. Coração de poeta.

Coração do poeta torto, meu irmão, e um dos melhores amigos que eu já achei nesse mundo.

É só uma pena que a gente esteja sempre tão longe pra dar aquele abraço de urso, né?

Que ele possa ter toda a sorte do mundo, e que tenha sempre tranquilidade, sensibilidade e sabedoria para utilizar essa sorte. Que essa maturidade que está chegando seja composta de experiências inesquecíveis, experiências risíveis, e até mesmo experiências insignificantes, só pro tempo passar mais rápido e as mais bacanas chegarem mais depressa.

Tudo de bom pra você, Ga! TUDO!

Então fica um super hiper mega abraço cheio de amor e carinho, mesmo que metafísico. Tanto no âmago, quanto no coração.

Da poeta torta irmã,

Marina

Feliz Aniversário?

Repousa sob o colo do teu Gabriel
O qual não sou eu Gabriel.
Por vezes engana-me
Chama-me de _____
Por mais de uma vez
E assim demonstra o afeto
Com o Gabriel
Que não eu Gabriel.
Sensação amarga
Após o dcoe café
Nem este supera
O amargo do outro.
Provavelmente,
Não conseguirei reler este poema
Faço-o com letras ruins
Tortas
Talvez (inteligível).
Oras,
Pode-se dizer
Que ela tá do meu lado.
Quase isso.

Resisti por muito tempo
A voltar ao papel
Pegar o Lápis
E mal-traçar
Essas amaldiçoadas linhas.
Mas então,
Um verso ou outro
Me vem à cabeça
Recebo um empurrão
E cá estou
Mais uma vez e outra
Amargando na escrita.
Tá, eu sei
Que já usei este termo
Outras duas vezes
Mas até aí, hoje tenho licensa poética
Faço o que quiser.
Feliz Aniversário?
Não, somente outro poema desconexo.








Sem mais.

domingo, 27 de setembro de 2009

Instante momentâneo

Tantos futuros, belo passado
passam correndo sem pensar em pensar
se muito pensamos, dizemos sem dó
com pena das dores que improvaveis virão

ora, que tantos são futuros e se belo se está presente
presenteando os corações com novas risadas a cada dia,
entorpecendo os sentidos com irremediáveis vontades de loucuras
e de saltos voadores por todos os cantos do mundo.

E que possamos, queiramos, voemos, ficamos
juntos e conjuntos em todas as formas formadas até agora
e que este agora se renove em cores e frases diferentes

deste lirismo que te falta,
deste lirismo que me sobra

e que me enxe de impudor ao escapar-me pelos dedos, odores, texturas e sussurros
deste lirismo que me esquece,
deste lirismo que em mim se esconde e se escapa tão vagarosamente.

Aos futuros,
aos passados renovados
aos presentes revirarevoltados que podem talvez não poder
e ao poder de poder sempre querer mais
e o poder de querer pra sempre.

Eeeeeee, tava aqui olhando pra tela do computador, pensando sobre o pensar e despensando sobre o pensamento pra poder sentir as palavras vindo... E elas vieram!

Pra provar pra vocês que, apesar do Wilver ter destino fixo pras palavras rebuscadas dele, e o Gabriel ter se afastado um pouco das dele, eu ainda, de vez enquando, recupero as minhas.

E não reli e nem tentei entender. Se quiser que o faça!
Só sei de uma coisa: é cheio de sensações boas e esperanças bem-alimentadas.

sábado, 25 de julho de 2009

Se ser só, seria será então...

solidões são inexplicaveis.
se é só sem se estar só,
só por estar,
sem saber como,
ou explicar por quem.

queria querer mais, querendo menos querer tanto
e por conta disso nao sentir-me tão só por ser assim
tendendo ao passado,
tentando reverter as cores do passado.

queria que querer tivesse mais futuro
querererei ter querido menos
e portanto no passado ainda estarei presa.

Ai, vazio, clamando por vazio, gravidade de vazio que puxa vazio
tantas flores ao meu redor e um nariz tão tapado!

Que meus olhos possam ter a companhia de minhas mãos
para que não mais eu apenas veja um futuro se transformando em passado no presente,
mas que possa virar tudo de pernas pro ar e sorrir em presente, futuro,
gargalhando sobre um passado alegre.

Pois é assim que termino meu último dia de férias: melancólica, vazia, insone, sensível e me sentindo bastante inferior ao que eu realmente poderia ser. Aquele sentimentozinho que me brota e faz com que eu seja parte do blog. Pena que as coisas que eu escreve não fazem sentido como as de vocês. Se tentar analisar, pode ser que tentem encontrar alguma coisa que nem eu mesma quis expressar, ou que não saiba que estou sentindo. Mesmo sendo tão poucas linhas.

P.S.: Não, não estou de TPM apesar de ser a época dela.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Contos do Senhor Tempo

Boa noite você meu caro que me lê. Você não me conhece, mas eu provavelmente conheço você. Não sei bem, na verdade; a minha andança por este vasto mundo me foi tão grande que hoje nem eu quase sei ao certo quem sou. Talvez alguém que procure uma identidade, algum sentido. Talvez que procure um meio de realizar as façanhas. Talvez uma vontade de realizar, antes de tudo.

Sei que vi muita coisa por aí. Umas tantas sublimes, outras tantas horríveis. Isso tudo me impressionou. Eu, nesse período de minha vida, com tal carga acumulada, me faz pensar nesse mundão que por mim foi presenciado.

Lembro da história certa vez de um guri. Ele amava tudo e todos. Tinha amigos, gostava deles. Tinha sub-amigos, que gostava também. Pessoas à volta dele sempre foram algo que ele valorizava. O problema é que ele amava demais. Se alguém tinha um bom e grande coração, com certeza era ele. Ele só ficava incomodado porque, apesar disso, ele não tinha a pessoa em especial pra amar. Mais ainda, ele não tinha quem o amasse. O que era meio dolorido para ele, nunca lhe faltara amor pra doar e logo quando há quem precise, ele não o tem. Então esse guri cresceu, sempre com os amores na cabeça. Por mais que tentasse, ele não conseguia parar de pensar naquela que um dia haveria de lhe fazer feliz. O curioso é que essas mudavam assim que mudavam as estações do ano, mais ou menos. No auge da sua maturidade, formado e empregado muito bem, diga-se de passagem, ele quase não pensava mais nisso. Ele perdeu pra vida. Cansou. As explosões dos tempos primordiais de sua juventude agora não passavam de fumaça de um palito de fósforo que fora totalmente consumido pela queima. O fósforo foi riscado, houve uma chama forte e grande de início. Aí o tempo foi passando, passando, e o palito queimando... e hoje em dia o que temos é isso. Ele, que em tempos anteriores fora tão adorável, ele que podia tanto por qualquer menina que sonhara, agora não passa de um desiludido. A vida se esqueceu dele. Antes ele fazia aquela velha brincadeira do “cupido burro é foda”. Pode-se dizer que atualmente o cupido entrou de vez em estado de demência e nem voa mais, tal a debilidade do mesmo. Ele tem uma boa casa, tem dinheiro e até um belíssimo cão preto, aquele que faz com que esse adulto sem esperanças não enlouqueça de vez, tal qual seu cupido. Mas isso não é o suficiente. Na verdade, nunca é, sempre estamos querendo mais e mais. O que acontece é que nesse caso, o que ele queria não era nada de tão grande assim. Tá, parando pra ver, é algo deveras grandioso, porém, não é difícil de se obter. Ele apenas foi esquecido pela vida. A Roda da Fortuna não brilhou para ele, deu ao homem essa vida amarga e cinza e sem sonhos. Vale dizer que ele morreu esquecido, no seu casarão, no auge dos seus 97 anos de idade. Teve uma parada cardíaca e não havia ninguém para socorrê-lo. Seu corpo foi encontrado já em estado de putrefação quando a imobiliária arrombou a casa para ver o que havia acontecido. Isso coisa de alguns bons meses depois dele ter partido dessa pra melhor... ou pior, vai saber. A julgar pela vida descolorida que teve, é complicado dizer que ele, no outro mundo (sabe-se lá como é), teria uma pós-vida pior que a que teve em terra.

Paralelamente acompanhando de perto essa vida desiludida, presenciei também a vida de uma garotinha que muito me impressionou. Ela começou como tantas outras, vinda de uma família de classe média alta, com seus sonhos com pôneis cor de rosa e príncipes em cavalos brancos. Lá pelos 11 anos de idade ela beijou pela primeira vez um menino, numa dessas clássicas brincadeiras de Verdade ou Desafio. Beijou um, e outro, e outro, e outro... aos 13 anos, ia para festinhas para beijar meninos. Aos 14 transou pela primeira vez com um namoradinho, cujo namoro não durou nem 3 meses ao certo. Agora que ela já estava iniciada na vida, foi aproveitá-la. Aos 15 era a menina mais rodada de todo o colégio. Ela tinha o prazer de descabaçar todos os meninos novinhos que lhe eram concebidos, apenas pelo prazer de ver os novinhos virarem os olhos pela primeira vez dentro de uma mulher. Mulher? É como se considerava. Apesar de tudo, mantinha-se uma ética entre ela e todos que passavam por ela... isso quando os moleques não se apaixonavam. O que era uma pena, antes mesmo deles começarem a sentir de verdade as famosas borboletas no abdômen ela já estava com outro. Ou outra. Quando fez 16 anos de idade, foi a uma festa rave, onde experimentou duas coisas pela primeira vez: bala e também outra menina. Foi uma loucura, pode-se dizer literalmente. Ela não era uma menina que media esforços para obter o prazer que a vida poderia ceder a qualquer um. O que era fácil, ela era bonita e tudo o mais, já ajuda bastante. Daí misturamos essa certa facilidade com um bom tanto de vontade e temos isso – alguém que vive a vida a mil. Preciso contar o que houve depois? Bom, essa belíssima garota agora poderia ter o status de promíscua e bissexual... sem contar viciada. Depois das piras muito loucas promovidas pelas balas da night, vieram os relax da erva e a alta intensidade do pó. O lance piorou muito mesmo quando ela foi pra pedra. Eu posso garantir isso, um em cada cem casos de envolvimento com crack consegue se libertar de vez do vício. O que não foi o caso dela. Ela começou a emagrecer, seus olhos saíam de órbita, dessa vez não por prazer! Antes fosse apenas isso. Sua pele estava pálida e seu corpo estava definhando, parecia um castelo de cartas que iria desabar a qualquer momento. A antes sonhadora menina dos pôneis hoje é uma viciada sem limites de drogas, sejam elas lícitas, ilícitas ou ainda sexuais. Na verdade, cometi um erro. Ela hoje não É viciada. Ela foi. Morreu de overdose na tenra idade de 27 anos. Nunca amou ninguém. Nunca fez nada que possa ser dito racional. Nunca ao menos viveu a vida como realmente deveria ser. Seu ímpeto pelas coisas divertidas excedeu a cabeça... e lá se foi mais uma bela menina com um futuro brilhante.

E também presenciei a ascensão de pessoas que não fizeram nada mais do que apenas enxergar as coisas de um modo diferente. Na física, por exemplo, temos o garoto Newton. Ele sentiu a porra da maçã cair na cabeça dele e revolucionou toda a ciência desde então. Aquele outro, o francês, tal do Saussure. Ele nada mais fez do que separar características das línguas em dicotomias e pimba, isso facilita muitíssimo o trabalho de estudo e análise da mesma. Com pequenas atitudes pode-se revolucionar uma ciência. Ou ainda criar uma. Basta apenas saber olhar de forma correta... ou não costumeira. Talvez de fora da caixa, se é que me entendem.

Também vi tragédias. Aquele lance todo do holocausto na Segunda Guerra Mundial mexe comigo até hoje. Aquele gurizinho austríaco, tava na cara dele que ele ainda ia causar um bom tanto de problemas quando adulto. E não contem a ninguém, mas a vida de Jesus não foi tudo isso que divulgam naquele suposto livro sobre a vida dele.

Agora, uma coisa que não divulgam e que eu vou sim meter a boca no trombone pra falar é sobre um caso que eu presenciei... e que vai causar grande discussão. Ou não, quem sabe? Fato é que eu vi tudo. TUDO. Desde quando o Escobar chegou na casa em Matacavalos, até quando a Capitu lhe ofereceu café, daí eles foram pro quarto e... bom, o resto vocês já sabem. NÉ, Ezequiel? Não há porque haver discussão, o Bentinho era infértil, só isso. Mas vai querer discutir com um mulherão daqueles. Ela te bota contra a parede só com os olhos, não há nem meios de argumentar.

Olha, sei que eu tenho ainda muitas histórias pra contar, das mais variadas. Algum outro dia desses a gente vem a se trombar de novo, por que não? Quando eu estiver disposto de novo, venho aqui e narro com prazer àqueles que quiserem me ouvir.

Meu nome?

Tempo.








Uau. Simplesmente saiu. Sem mais nem menos. Quando percebi já tava loooonge no texto. O chato é que eu denunciei o cara já no título, o que não é legal, visto que eu queria fazer isso só no fim. Mas vai assim mesmo.

domingo, 5 de julho de 2009

We've got the Will for it =D

Caríssimo cheio de carinho pra dar,
carinho terno, humano
que o mundo muitas vezes não tem olhos pra entender

aparência diferente, vestes atemporais
música rebuscada, sofisticada
letras pintadas por lágrimas não choradas e suspiros do coração

Lealdade, dedicação, desgosto pelo animalismo
entrelinhas de todos os átomos emocionais que circulam entre as pessoas
equilíbrio de energias frágil,
personalidade inabalável.

Amores complexos, profundos, intensos
paixões bem vividas e atormentadas

experiência e vivência de um velho ansião,
e disposição humorada da criança inocente.

Reflexão, confusão, decisão, dedicação, perseverança
nostalgia, persistencia

Pedaços enormes de minha estima, minha admiração, meu carinho, meu respeito, minha amizade, fraternidade, diversão, musicalidade, sentimentalidade.

Um mundo cheio de possibilidades o espera
e cheio de experiencias para te transformar.

Que sua energia se renove e se transforme
que a paixão se redirecione, se estabeleca, equilibre
pra desequilibrar novamente e produzir a música
Que só grandes corações conseguem entender.


É, irmão-urso. Pra caber no blog, eu tinha que pelo menos tentar poetizar uma homenagem pra você, né? Porque, veja bem, faço das minhas muitas das palavras do Gabriel. Tô feliz pra caramba por todo o amadurecimento que você tem passado nos ultimos meses (considere também o último ano). Feliz com o como percebo que essa corrente que une essa galera torta não quebra de jeito nenhum, seja com distância, falta de tempo, falta de sorte... Não adianta dizer que somos amigos virtuais. Porque, há 200 anos atrás, estariamos com uma pilha de cartas guardadas numa caixinha cada um...

Wilver, desejo pra você todas as boas vibrações e toda a sorte do mundo. Que você tenha todas as forças pra quebrar, sim, muitas carapaças, mas mantendo esse seu coração musical e melodioso que você tem. Que saiba se proteger do mundo, mas tendo discernimento para saber quem merece sua proteção.

Parabéns por mais um ano, Will. Agora você pode ficar bêbado dentro da lei em todos os paíeses do mundo o/\o. Espera que eu chego lá daqui a pouquinho! Eu queria ter dito isso por telefone, e resolvi, estupidamente, fazer isso nas últimas horas do Dia da Independência dos Eua. Queria dar uma de "ele vai achar que eu esqueci, por isso vou ligar no finalzinho" mas num funfou. Então já que eu não pude estar presente nem telefonicamente, nem eletronicamente, e nem presencialmente... Deixo como presente aí um monte de palavras jogadas falando de você. Tentei fazer poesia, mas você sabe que moldar coisas e estética não é comigo... Então fui pensando em você e escrevendo um montão de coisas que veio na cabeça, tentando não formar muitas frases complexas. Mas ow, não é só porque é pra você que é pra deixar de criticar, tá?

Agora, a gente te chama tanto de Will.. E você sabe o que é Will na lingua dos independentes de 4 de julho, né? Então pensa nisso aqui:

Will.

For all your next birthdays, I wish you lots of...
...Will for fighting,
...will for changing what's no good for you
...will for growing
...will for evolluting
...will for developing yourself
and finding your self around in this world.

And if you don't,

sing and dance
with all Will you might find.

Cause this life Will end up by any moment
and you don't want to have lived a life without Will by then.

Sacou?
Mude, mas tenha você - e sua vontade, seu Will - com você sempre, o tempo todo.

E é isso!

Abraçodeursoepacotedebolachatortinhadechocolatecomcereja

sábado, 4 de julho de 2009

Aniversariante do dia - Wilver

Joaquim, meu velho! escrevo a priori no bloco de notas... não sei se mando por scrap (que depois você vai apagar), ou por depoimento (que talvez não caiba tudo) ou faço disso um post no blog (que pode te expor muito ou fugir da temática do mesmo). Até parece RPG, cada uma das possibilidades tem seus prós e contras =)

Well, guri, fato é que voilá, cá estamos mais uma vez nesse 4 de julho para comemorar algo grande, importantíssimo na vida de nós todos e quiçá mundialmente! A independência dos EUA! \o/

brinks rs

Prepare-se, porque você ainda vai ouvir essa piadzéééénha todo santo aniversário. E pode crer, a vida será sacana e você ainda terá sim MUITOS desses. Claro que muitas vezes a gente fica de saco cheio, quer jogar tudo pra cima, fugir, essas coisas caóticas, pra não dizer nada mais tenso. Bah, bobagem. A não ser que seja acidente, aí não tinha mesmo como precaver (mas se for pra ser assim, que não deixe sequelas, senão é sacanagem u.u).

Como nenhuma dessas porras aconteceu, sigamos em frente, com as cabeças erguidas, porque nós homens vivemos única e exclusivamente em função de nossos pênis, então, pau no cu de todo mundo porque o meu é maior \o/

Essa vida em selva é foda, cansa e desanima muitas vezes. Ou talvez isso apenas se chame crescer. Até onde eu conheço, todos somos eternos aprendizes, o que muda é que em partes da vida aprendemos muitas coisas e em outras muito menos.

O que me faz concluir o sentido da vida - viver é se foder. Além do outro também sentido, mas não menos brilhante - Amor de pica é que fica! \o\

Desculpe pelas baixarias aqui expostas, mas final de semestre é assim, a gente corre e faz tanta coisa que nada ou muito pouco do que sai de nós é aproveitável. Espere algo desse tipo da minha parte pelo menos nos quatro próximos anos. Ou três... ou algo do tipo.

O mais importante de tudo é aquele tal - feliz aniversário, guri. E aperte os cintos, a vida tá só começando





É, de fato, não coube via depoimento. Eu precisaria mandar uns dois ou três pra caber tudo isso. Se não gostar, é só dizer. Além disso, só te mandarei um parabéns xoxo via msn e vamos ver quanto tempo você, Wilver, demora pra voltar ao brógui e ver essa "surpreeeeeeeeeesaaaaaaaaaaa" *pula de trás do sofá*

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Pra você

Nas profundezas mais obscuras fui
Aonde não havia nenhum rastro de vida
O ouro perdido pelas terras
Importavam mesmo eram os sentimentos.
Mas isso não era visível.
Por maldade das almas habitantes
O motivo de felicidade era negado
Rastreado
Torturado
Amedrontado.
Quisera eu mudar a cara do ambiente
Um dia, então, o fiz:
Agi.
Na terra plantei uma semente
Tirei um punhado dessa do chão
Objetei aos céus o porquê daquilo
Senti olhares desconfiados sobre mim
Perseverei e continuei o trabalho
Ousei enterrar a semente
E reguei com esperança.
Mesmo assim
A flor demorou a brotar
Senti que o trabalho
Fora em vão.
As almas amedrontadas venceram
Continuaram a amargurar
Aquele lugar.
Maldito seja.
Pois veja que não desisti.
Recusei desistir.
Andei por muito procurando solução
Voltei mais uma vez ao escuro
Os fantasmas ainda zombavam
Chamuscavam meu rosto com maldade
Eu senti a dor que realmente sentiam
Sei que não é fácil viver assim
Onde não há alegrias
Muito menos amores.
Então voltei ao lugar da flor não nascida
Negada devido àquele clima sem vida
Totalmente sem condições de crescer
E pode parecer bobo
Veja o que fiz:
Onde estava a flor
Custei a acreditar como não havia percebido antes
É simples na verdade
Entenda que
Não bastam água e solo.
Também se precisa do fator que é
Elementar.
Não se pode negar
De jeito nenhum
Essa peça chave
E iluminada.
Eis que tiro do bolso
Nada mais que o Sol.
Xeretas de novo atormentam
E logo fogem.
Regada mais uma vez
Guindada pelo astro
A rosa se faz presente
Outras brotam depois, já que o
Solo agora tem o que precisa.
Minhas flores são meu orgulho
Entendi finalmente o sentido disso tudo
Uma tentativa de levar a beleza nos campos baldios
Semear, desse modo, jardins de maravilhas.



Esse texto não cabe num depoimento e ficou ruim. E agora, como eu faço pra mandar pra ela? ;D

terça-feira, 16 de junho de 2009

Apenas dela

É difícil acreditar
Que os corações foram feitos
Para serem quebrados
E remendados
E de novo e de novo.
O veneno chegou ao dela
Ela está confusa
E viciada
Vício maldito
Ela quer se livrar disso
Mas se vê presa.
Então resta esse jogo de forças
Opostas
E dispostas a atrapalhar
E confundir
E remendar.
Ela sorri como se o céu tivesse descido à Terra
Crê que assim seus desejos se realizarão
Mas não é assim
Isso é ilusão
Criada pelo vício
Deixa-a cega
E sem saber ao certo como agir.
Por dentro ela sente
Que continua chorando
A face de dentro demonstra feição diferente
Da de fora
Seu coração palpita
Tão forte ela tenta
Se curar do problema.
Quisera ela que fosse assim tão fácil
Eu também.
O desespero nos olhos
Mesclados à esperança
Falsa
Criada pelo vício
E talvez pelo comodismo.
Este mundo é um lugar cruel
Estamos aqui apenas pra perder
Cada pôr do Sol parece ser o último
E eu não sei o que pensar.
Penso que ela nunca estará sozinha
Que eu nunca a abandonarei
Mas esse é o pensamento de tantos outros
Que apenas esperam pela vez
Tal qual eu.
A concorrência é grande
E injusta
Porém, como em todo caso, depende apenas dela.
Apenas.

sábado, 13 de junho de 2009

Adágio Solitudo

Pareceu incomum desde o principio, como em meio a uma tormenta infinda eu encontrei no seu desprezo gentil uma paz tão imensa, algo raro que outros sorrisos, perfumes ou sabores não foram capazes de despertar. Mesmo que me sinta ínfimo não consigo afastar-me do teor sereno que tem o seu sorriso, é impossível culpá-la por qualquer vilania diante daquele olhar, daí provavelmente deve-se a minha indignidade, da minha tolice incurável, do meu romance enjoadiço...

São essas noites solitárias que fustigam, fazendo-me sentir falta da sua feição por completo, no compasso lento das horas me agarro a memórias e contatos que já nem mais existem, sinto saudade do tênue afago que nunca tive das suas mãos macias. Tu ao menos pensas em mim? Será que em alguma ocasião inoportuna te lembras dos nossos momentos inócuos que me são sempre tão preciosos? Já não existem mais razões para ater-me a possibilidades, padeço platônico, sem maiores esperanças...

Ainda sim qualquer antologia romântica faz com que eu sonhe acordado, neles apenas vivencio o desejo de tê-la ao alcance de um abraço, pois o que posso fazer é ludibriar-me em ilusões perfeitas, dado que a realidade pérfida me trairia com um abraço solitário, como é a busca infrutífera das minhas mãos pelas suas ou dos olhares desviados. Por que mesmo diante disso tudo sem querer me pego repetindo seu nome? Minha aptidão para amar se esvai e ainda sim só almejo estar do seu lado, dessa forma patética e obsessiva, e quando menos percebia, perdia-me de mim e passava a ser somente dela...



Mais uma criação para falar do que eu sinto por ela, é eu sou craque em amor platônico acho, devo ter vocação pra amar quem não me ama. Engraçado que mesmo depois de tudo, quando penso em alguém é sempre nela, quando sinto necessidade de companhia é sempre a dela e de mais ninguém, o que será que existe nesses afagos raros que viciam e me entorpecem os sentidos? Inclusive me desviei de velhos sonhos pra seguí-la... No final das contas eu sou apenas um tolo romântico, talvez seja nisso que eu eo Gabriel nos diferenciamos, apesar de termos fins parecidos, os meios são muito diferentes, e as formas também... Já conversamos sobre isso, acho que encerro assim, me perguntando o que me faz pensar nela e não nas outras? Posto que se fosse carência, seria apaixonado por qualquer uma que tentasse me cativar, mas não é assim que funciona...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Outono / Violência Verbal

Outono

Medo presente,
Incerto futuro
o cuidado de minhas mãos frias
e o palpitar de meu coração quente

pudesse ser toda e curar meus malfeitos
para que seu todo aos meus braços voltasse

e aí
sussurrariam minhas asas líricas
em seus profundos pensamentos adormecidos

para em palavras belas adormecer
em dois corpos juntos

e bêbadas ficarem as mentes.

Tentei ficar refletindo sobre o dia dos namorados ontem antes de deitar, mas tudo que saiu é isso aí. A única coisa que "corrigi' foi onde está escrito malfeitos, que era defeitos. Mas de resto...

Acho que analisar o por quê de cada verso não vale a pena. Ao opinar, falem do troço em si, não de mim, right?

Espero produzir algo melhor da próxima vez!. Agora segue um do dia 07 deste mês que eu tinha esquecido de transcrever

Violência Verbal

palavras corrosivas
silêncio sufocante
verbo torto mal conjugado
olhos abertos cegos de tanto ver
são os de fora que não enxergam
ou os meus que falam de menos?

Quero que me leia as palavras olvidas,
como se as pudesse olhar.

Bah, pelo que tá escrito aqui no caderninho, essa não é tão "vomitada" quanto a anterior. Tava tentando expressar algum "problema", desses que a gente inventa quando está em paz só pra ter sobre o que refletir. Deve ser algum dia aí que eu queria que adivinhassem o que eu tava pensando, sendo que nem eu mesma conseguia explicar nem pra mim. Ó que legal.

Reafirmando o que sempre dizemos, mulheres não entendem a si mesmas. Elas são um absurdo.

Por isso que eu só me apaixono por homem nessa vida. Mulher é muito complicada.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Uma nova flor

Flor pisoteada, não é chegada a hora de cortar essa raiz? Você sim tentou continuar com isso, tentou regar e fazer voltar a ser mais uma vez bela e vigorosa como outrora fora. Mas ah, minha cara, você não conseguiu. E não leve a mal, mas eu já sabia disso. Então, flor, faça isso. Rompa de vez essa raiz que ainda te prende a essa terra que não há de ser mais fértil e nem útil pro seu florescimento de novo. Então você faz cara de assustada e pergunta se assim não morrerá. Não, flor, não morrerá. Belas como você não morrem assim do nada. A pisada que te deixou disforme, torta e te machucou fez com que seu pólen voasse para mais longe. Chegou a mim e está pra se encontrar com a minha flor. Você sim morre. Na verdade, morre a flor velha e estragada de outrora. Porém, sinto que em breve seu pólen encontrar-se-á com meu óvulo. Na fecundação criaremos um fruto, grande, bonito, colorido e cheiroso, que terá sua semente dispersa por algum animal que porvetura venha a comê-lo. Calma, isso é bom! Ao fazer isso, o dispersar da semente faz com que esta seja plantada em outro solo, mais fértil e sadio que aquele onde antes você estava plantada. Um solo diferente, que te fará crescer formosa como haveria de ser e não haverá quem pise em você. Criaremos assim nossa nova flor, flor.


Explicações somente via e-mail.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Esquecimento Encouraçado

Solidão que embebeda a alma, tingindo a noite com um negrume mais intenso do que outrora, quero perder a noção do meu ego, tornar-me noite também e mergulhar nesse sentimento de rejeição sublime. Não importa mais, pois este amor recíproco há de preencher meu vazio, me esconder em suas asas de ébano e salvar-me do anátema que são as vozes noturnas, tão breve todas as outras dores passariam, seria apenas Treva, amante mortiça daqueles que perambulam o Hades, sina de tudo aquilo que anda ou rasteja, oh por favor, faça com que os comentários se calem, deixa-me cerrar os olhos e apague deles o brilho melancólico, para sempre...

O esquecimento seria o broquel para as lamúrias diversas sobre um fim súbito e uma juventude não aproveitada, e quanto maior se fizesse, menos eu existiria, tão logo não sobraria traço algum da minha forma mundana, a merecida redenção absoluta, que me tornará isento de desilusões de gosto amargo, me colocando em paridade com o lugar que ocupo e com aquilo que represento, nada. Minha inaptidão me permite ainda tropeçar entre palavras belas sem dizer coisa alguma, vou ao compasso vagaroso despindo-me das virtudes, do senso humano, quero apenas satisfazer meu desejo mais lúdico, encontrar-me agora enfim envolvido em mortalha vil.

Sono profundo de sonhos evanescentes, em minha memória apenas diversos sorrisos pérfidos e fugazes, tal como o éter que me alivia o peito enquanto empala a minha mente, banindo as frustrações, apagando as memórias que já me foram sacras, detalhes importantes que gostaria de conservar vivos para sempre, agora pego-me pensando quais eram os mesmos, rindo-me feito tolo enquanto a deliciosa sensação de abandono arrepia toda a minha tez asquerosa. O vinho acaba, a meretriz veste-se e tão logo parte, em breve eu também deixo-me aqui, rumando num encouraçado assombrado para um canto que me traga felicidade, em breve ao almejado destino, o outro lado misterioso, o lado de lá...



Bom, está claro, dentro do meu estilo de sempre, mais do mesmo, mas ainda sim, tudo o que eu sinto está bem expressado nesse aqui. Acho que esses últimos tempos tem sido assim, não sei se gostei dele, mas como criei me senti na obrigação de postá-lo, já tem um tempo de escrito, porém a sensação que tentei retratar ainda se faz muito presente... A morte tem sido uma constante em meus textos, não é como se o assunto de fato se fizesse presente, bom os outros tortos me conhecem e sabem o que tudo significa e a forma que significa inclusive, vou trabalhar, até mais meus bons amigos tortos...

domingo, 7 de junho de 2009

Os novos sofrimentos do jovem Werther

V - Resumindo

Werther nada mais é do que aquele tipo de cara tímido, que não consegue falar com garota alguma, que dirá chegar nela. É também um tolo sonhador. Apesar de ter o defeito da falta de comunicação, mesmo assim ele tem a mania de idealizar cenas e garotas, Mesmo que ela não seja perfeita, oras, ele nunca falou com ela, não sabe se ela presta mesmo ou não. Então, tem a mente livre pra pensar qualquer coisa que quiser. Mas não só de defeitos vive Werther. Ele tem lá seus amigos, que o apóiam nos seus delírios e lêem as cartas de amor que nunca foram entregues a qualquer destinatário. Ele tem sim amigas, até se dá bem com elas. Mas o que não é muito claro na cabeça dele (e talvez na sua também, espero que não) é a distinção entre "meninas amigas" e "meninas possíveis casos". Ele é um fraco, que tem uma atitude pra cada tipo de mulher-gênero citado. Praquelas que é afim, ele se comporta de maneira diferente, é mais agradável, gentil e não fala palavrão na frente dessas. Bom, qualquer guria que se depare com um cara assim contesta a sexualidade do mesmo e o descarta por isso. É bem ingrata a vida, essa é a verdade. Garotas querem garotos que, dentre outras coisas, tenham um quê de sensibilidade, mas isso não pode/deve ser demonstrado à primeira vista senão ela acha que o cara é gay. Dá pra entender?

Os novos sofrimentos do jovem Werther

IV - O dilema, pt. 1

Isso estava deixando o guri completamente angustiado. Ele subia pelas paredes ao saber que o mundo todo curtia pessoas do sexo oposto (ou do mesmo, se pá) e ele ali, sem ao menos conseguir qualquer coisa. Caso o leitor já tenha passado por isso, ou quem sabe ainda passa, sabe como é horrível a sensação de ser BV (Boca Virgem, se você tem mais de 30 anos de idade) e, a cada lugar que você olha tem alguém se beijando. Seja na TV, nos filmes, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê, enfim, sempre tem pessoas trocando salivas. Talvez ele não seja encanado por ser virgem porque se vê muito mais cenas de beijo do que de sexo. Mas por Deus, vamos por partes.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Estando com ela

O sonho é incrível
Formas de verde e vermelho
E amarelo
Rodopiam e sobem e descem
Nós giramos os corpos
Nessa vertigem
Infinita
O medo do que está por vir
O impacto
Junto com a curiosidade
Da queda
Misturado aos efeitos de luzes
E cores
E formatos.
Então chegamos ao fim da queda
E eu me vejo sozinho
Acordo em minha cama
Contente
Por saber que ela
Durante essa viagem infinita
Esteve comigo

Aqui mais esse. Dois poemas medianos por dia equivalem a um bom, né? :D

Proximidade

A proximidade de um toque
Um contato
Um olhar
Um momento

A proximidade de um sussurro
Uma risada
Uma confissão

A proximidade de dois amantes
Um beijo
Um afago
Um abraço

A proximidade de Sol a Vênus
De Hong Kong a Paris
De Campinas a Joinville
De mim a ela


Recuso-me a explicar esse poemo (poema + emo =P). Recusem-se a comentar.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Doses de Nostalgia

Resolvi, hoje, inspirada numa conversa com o Gab, fuçar caderninhos antigos. Achei uma pseudopoesia que não foi transcrita pro computador nenhuma vez. Cheia de emoção, totalmente ingênua, simples... Aquela ideia que todo mundo já teve, de que o amor é lindo, a vida é linda, e que, se há amor, o resto se ajeita. Idéia de que amar é sempre mais importante que tudo. Dá até saudades da época em que a gente realmente se convencia de que as coisas são simples assim.

Só pra deixar claro, ainda acredito no amor como, com certeza, a coisa mais importante dessa vida. Mas a concepção de amor... Vai além dessa coisa apaixonada entre duas pessoas. Bom, vou deixar a reflexão pra depois.

Meninos, qualquer dia preciso mostrar minhas narrações de fim de oitava série pra vocês. É hilário como a gente cospe pra cima. Dá uma olhada nisso aqui, transcrito sem alterar nenhuma vírgula:

Espero não amar demais por enquanto... esse tipo de sentimento é demais para quem tem a hipótese de.. bem, não quero passar a vida toda com uma pessoa. O único jeito de evitar isso, é não amando demais.. Deixar isso pra quando tiver certeza de que vai passar o resto da vida (grifado) com a pessoa: casar. Por enquanto, vou "curtir" e ganhar experiência. É claro, de um modo que eu julgue respeitável a mim mesma, por isso assumi o compromisso (grifado). Mas estou começando a ficar contra namoros... Como minhas idéias mudaram este ano!" de 15/10/2003

Só 6 aninhos atrás! Agora vou mostrar uma de 05/10/2009:
O amor é a maldição,
a tortura, a revolta
e a sina dos homens.
é asua
esperança e
juventude,
loucura
alegria
inspiração
motivo
razão

O amor rege e interrompe a vida.

amo o modo como o amor
guia meu caminho
amo, o modo como o amor
brilha
acende
desfalece
meu sorriso
amo, o modo como o amor transforma e movimenta nossos lábios
amo o cheiro, o perfume que o amor me trás
a ilusão que me anestesia,
o doce que em minha boca vive.
Amo, o modo que o amor me trás palavras doces
o modo como ilumina meus olhos.
Amo o modo que o amor move meu pulso,
o modo como transborda minh'alma
e se manifesta como arte...
amo a saudades e a angústia
que o amor me dá.
Amo o mundo
e suas estações
que o amor me traz...

Amo Amar!

sábado, 30 de maio de 2009

Solidão Galanteia

Meu ego massacrado não pode mais continuar, talvez seja o momento ideal para deixar que as coisas sejam o que elas são, pois agora já é tarde, talvez tenha me apaixonado pela solidão outra vez. Certamente demônios pérfidos não devem perpetuar suas existências vazias, esses seres hediondos e degenerados se arrastam com suas asas quebradas esperando compaixão, só encontram silêncio em todos seus apelos, suas torres medonhas ainda se fazem distantes e tão breve suas almas o farão, este será o ponto máximo da minha existência inócua.

O astro mor perdeu seu toque acalorado ante minha zumbificação, não sinto mais nada, os olhos compadecidos de forma vítrea lembram que lá não deveria ser meu lugar, a saudade do sono imortal, das soluções que trazia ou ainda a letargia inumana que aos poucos consumia a carne e me tornava o que sou agora. Todo este tormento passaria? Não são dores nem alegrias, um lago imóvel e um velório, a imagem adequada para representar este marasmo cinza, a parte mais debilitada do meu âmago deseja retornar aquele mausoléu negro, teria eu então sorvido o néctar que precisava de todas as flores insensatas?

Palavras com tons fúnebres entoam o doce réquiem, melodia atroz que inspira fazendo-me relembrar teu aroma desolado, não mais me permita prosseguir nesta empreitada assimétrica, encerre aquilo que é somente sofrível e me faz padecer miserável sem o menor alento, enfim ceife tudo pelo sacrifício que ofereço, o brilho que minha alma já teve um dia, a inocência exasperada que em ansiedade se perdia. Por fim, dá-me o merecido descanso final, que me foi privado ainda em infância para que existisse nesta tempestade obliqua.



Acho que nem preciso falar muita coisa desse também, não? ele está bem expressivo e claro, não usei muito da linguagem rebuscada que costumo. Aos companheiros tortos, sim, acho que a isso se resume a minha condição atual, talvez eu simplesmente tenha que deixar minha vida como um "let it be" pra variar um pouco, em outra ocasião explicarei a vocês com calma. Este ainda está fresco, dá pra inclusive sentir o calor dele se você tocar, acho que é o que eu venho sentido toda esta semana... maldito seja o mês de maio que não passa e leva com ele tudo o que de mau me trouxe...

ps: gostaram das cores e layout que eu dei ao blog? eu espero que sim... nenhum de vocês falou nada desde que eu os coloquei. Caro amigo GAB, vou responder seu email em breve, tinha algumas colocações interessantes pra fazer (que por sinal não me ocorrem agora...) até breve...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Beijo navalhado

Ela sofre e eu sei
Quer enganar a todos, mas eu sei
Sei que quando ela beija
Não o faz por gosto
O faz por obrigação
Nessas o beijo não mais doce é
Passa a ser morto, frio, gelado
Passam a ser beijos navalhados
Onde os lábios encrustam giletes
Cada beijo é uma dor
O sofrimento se faz com o sangue
Que escorre da boca de ambos
O sangue da morte do amor
O último suspiro de uma paixão
As lâminas atritam e cortam
E machucam e fazem doer
Nada mais são do que consequências
Consequências de um sentimento que já se foi
Consequências de uma teimosia
Sangrenta e dolorosa teimosia


Isso saiu em 6 minutos, mais breve e acho que até melhor do que eu fiz na facul em cerca de uma hora. Agora, digam que vocês também sentem uma puta aflição só de imaginar uma cena dessas ._. Do beijo com gilete... bizarro. Tirei com base no Razorblade Kiss, do HIM. Aliás, esse texto foi composto durante as duas primeiras canções desse disco da banda: "I Love You" e "Poison Girl"

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Os novos sofrimentos do jovem Werther

III - Os fatos

O que acontece é que Werther está no terceiro colegial. A época por si só já é uma catástrofe, passar de ano, passar no vestibular, mais ainda, qual curso escolher e em qual instituição prestar. Talvez o leitor já tenha passado por isso, caso contrário, saiba que a situação é complicada. E como se ainda não fosse suficiente, nosso anti-herói, como já foi dito, tem um grande problema com garotas. Principalmente com as mais bonitas, ele teme esse tipo, se assusta, mas o mais engraçado é que é justamente nesse terreno que ele vai se aventurar... mentalmente, porque não tem coragem nem de trocar um "oi" com qualquer uma delas. Sonha que está sempre a passear com elas, de mãos dadas, por um campo onde o verde da grama contrasta com o vermelho, amarelo e branco das flores que ali estão plantadas. Depois dessa caminhada, eles assistem juntos ao pôr do sol detrás do mar que ambos contemplam, ouvindo o barulho do mar e vendo o vai e vem das ondas. E tudo terminaria, obviamente, com um beijo do casal, com o sol se pondo e as gaivotas voando de forma rasante dobre o mar. A cena era hipnotizadora/hipnotizante para Werther, e poderia durar pra sempre. Se é possível haver um campo de flores perto do mar, ele não sabe; mas também, talvez a graça esteja justamente em imaginar o impossível, assim como seria impossível ele fazer qualquer coisa dessas com qualquer garota. Oras, amigos e conhecidos dele de colégio estavam todos a perder a virgindade e ele ainda nem ao menos beijou qualquer garota na vida. Mais ainda, como já foi dito, mal conseguia conversar com elas.


Menines, tô meio sem tempo >< Vou sim comentar o de vocês, mas ultimamente tá corrido aqui ._.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Confesso

Confesso, leitor, que pequei. Pecar sem ter pecado, gostar sem ter gostado, pensar sem ter pensado. Explico: a situação não poderia ser pior, logo eu que ultimamente pareço estar propenso a entrar em buracos sem fim desse tipo. Azar, talvez. Ou ainda, limites. Mas ah, o coração não conhece tal barreira, na verdade, isso é coisa da razão, da cabeça. E convenhamos, sentimento e razão são duas coisas que caminham paralelamente, sem nunca se tocar; porém, próximas demais uma da outra pra de vez em quando causar certa influência em seus caminhos. Como se fossem campos magnéticos em fios que são paralelamente extensos. Mas não dá, por mais que tentemos não deixar que um campo interfira no outro, é bobagem querer que isso, a não-interferência, ocorra. O que dá sim pra acontecer é um falar mais alto que o outro, ser um campo mais forte. O problema está quando ambos são fortes. Isso se embola, os fios não são mais paralelos e tudo se confunde. Razão, emoção, eu gosto dela, eu não posso gostar dela. É um emaranhado de sentimentos e pensamentos. Angustiante, por sinal. Sábio o poeta que sabe deixar a razão de lado. Mais sábio ainda aquele que junta isso violentamente com a emoção.

Insolidificável


Quebrem-se as disposições
voltem as expectativas
a ver se de expectorar idéias
involuntárias deixo enfim.

As linhas dolosas nas sobrancelhas franzidas
os punhos cerrados imóveis
destruindo estruturas inteiras, internas

e tudo tentam amorosamente destruir
montando o novo,
tentando, tentando
olhando atemporais indignações

o próprio se apropriando da própria cara
pisoteando a alma e desinteressando suspiros

Ah, 
irredutibilidade memória
Ah, irredutibilidade mínima do raciocínio da expressão

Quero ordem no ordinário que me escapa,

Saber prender meus demônios engajados
acalmar o coração, protejê-lo com o veludo que me é tanto dado
em que me esqueço de embrulhar!

não há como amar um coração próprio assim

ou olhar a ceguez do futuro sem água...


Essa coisa esquisita aí foi feita num momento "away" da minha aula de espanhol. Nem eu entendi direito o que a maior parte significa, mas o geral, obviamente, é daquela clássica, inexplicável e fatal falta de amor-próprio.

Mas calma aos que zelam por mim: tive um fim de semana ma-ra-vi-lho-so. Meus conflitos internos não predominam no meu humor. Right?

Ô gente, vamos fazer um bg novo aí, vamos? Isso aqui tá parecendo sofá de velho! Sei que somos arcaicos, antiquados e tudo o mais, mas... Eu só não mudei porque não tô como administradora do negócio. Se me colocar como uma, eu até procuro gente pra fazer um troço mais sofisticado!

domingo, 24 de maio de 2009

Os novos sofrimentos do jovem Werther

II - Homenagem ou sina?

Fato é que esse novo Werther, por ironia ou não do destino, haveria de ter uma característica ou outra do original. Embora nunca antes tenha entrado em contato com a obra que o batizou, o nosso Werther do futuro sofria tal qual seu xará. Bom, até aí, que garoto de 17 anos não tem problemas com garotas? Tá certo, um ou outro se dá bem no assunto. Mas muitos outros não. Outros ainda são piores no assunto quanto esses que se dão mal. É o caso que aqui se apresenta.

sábado, 23 de maio de 2009

Os novos sofrimentos do jovem Werther

I - Intro
A época não poderia ser mais recente do que esta em que é escrito. Filho único de um casal de literatos, Werther recebeu este nome em homenagem ao outro homônimo, criado pelo alemão Goethe. O pai do atual Werther adora a obra, então resolveu homenagear o filho dando-lhe tal nome.




Ok, ok, eu sei que esse capítulo inicial é minúsculo e até uma criança de 5 anos conseguiria fazer igual. Mas pelo que eu reparei, ficou assim: os primeiros capítulos são curtos e vão aumentando no decorrer da história. É isso, aguardem pelos próximos episódios.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Flor

Pelo caminho das sombras e da vontadE
Trilhas obscuras nas trevas me levam a elA
Lua cheia ilumina onde pinga uma lágrimA
Demônios invocam agouros na noitE
Rega a flor negra plantada no lugar erradO
Selva selvagem serenada, violino valsa flor pisoteadA

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O dia na...

O dia na beleza
O dia na completa
O dia na surpresa
O dia na discreta

O dia na leveza
O dia na seleta
O dia na lindeza
O dia na discreta

O dia na enfrenta
O dia na lamenta
O dia na fineza

O dia na luminosidade
O dia na claridade
E a escuridão do dia na sensibilidade

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Temporal

Eu que tenho sido nada e estúpido, que tenho amado de forma idiota, que sou duvidoso e desesperado, que mais do que ninguém mereço a solidão trágica batendo a minha porta e levando-me por toda uma existência inócua para um além túmulo sublime. Desejo retornar ao pó, minha essência fragmentada e ínfima, descansar eternamente encerrado nessa solidão, consolado pelo frio da lousa para viver em ilusões de vidro que me permitam respirar.

Uma espiral descendente, argêntea, gira fazendo com que a areia escorra e tão breve passou-se o dia, passou a vontade de aproveitá-lo que por sua vez levou o adorar cândido que existia em mim, fazendo dele banal e apático, pois o brilho prateado escureceu tornando-se metal retorcido, cinzento e mórbido. Essa existência pérfida envolvida numa mortalha me soa razoável, o que incomoda são os olhares, que despem de maneira atroz as alegrias casuais.

Já me cansei das noites insones, dos gritos sem resposta, das acusações cruéis e dos julgamentos arbitrários, inclusive da minha parvoíce, de pesar nos ombros alheios, esperando olhares solícitos. Não quero mais essa existência sem alento, e nem mais deparar-me com a minha aptidão inexpressiva, conheço meus defeitos, fartei-me deles todos, mas agora à letargia! Que me libertará do sofrimento no ósculo azulado comprimido com um requinte mortiço.

Acho que no momento é o que tem mais a ver comigo... só posto mesmo pra inaugurar com uma postagem minha, pois pressinto que o que gostaria de trabalhar e de fato publicar pode demorar um pouco a sair... well, tortos sim, posto que somos diferentes de todo o restante e claro pra fazer uma graça com o tal filme (que não assisti). Entre os dois, eu sou o menos erudito, da pra notar que minha qualidade literária é ínfima, mas vale o deleite de dividir algo com meus semelhantes, um espaço nosso enfim... 

terça-feira, 19 de maio de 2009

01-08-09-11-03-05-10-13-07-02-12-06-04-14*

*Ou ainda: Aliteração às avessas


Ah, como é bom valsar pelos versos
Rede de delírios dançantes
A partir, pois, do momento mágico
Então tudo faz sentido

Damos as mãos e passeamos pelo portal
Vai e vem da mente
Pra tudo damos um tempo
Gostar e ser assim sem compromisso

O seu sorriso sincero e simples
Em meio q um bosque abobado de pétalas
Ressalva essa sua doçura

Atos de tentativas delirantes
Um pombo pousa no poleiro
Rosa pisoteada, acredite e venha comigo.


É, brotos, cá venho eu, Gabriel, nessa minha primeira postagem. Esse soneto é legal porque tem um tanto número de coisas escondidas dentro dele. Coisas que vão além do que eu costumo esconder. Meio complexo até. Bom, mas tentem achar ;)

Solidão meio lírica

Escuridão,
olhos fechados.


E é de olhos fechados que se arrepia a pele ao toque,
que se sentem o sorriso de perto
com o sorriso de dentro,


que os pulmões respiram todo o ar
e exalam a felicidade
CATABOLISADA.


e me sinto vazia,
compreensivamente impreenchível
porque estou lotada de amor
para doar
e doendo...


nem sei se é ao tempo que quero voltar,
ou se das verdades voar
e esquecer
e sorrir, aquescer a alma
sem enobrecer o espirito ou mimar a mente.


Ainda creio na sentimentalidade
como a humanidade máxima de uma existência


E na existência suicida do ser humano
tanto como coletivo e/ou social
como solidão e poesia
Toda poesia é solidão
ou toda solidão é poesia?


solidão, essa minha, não é falta de amor
não é falta de paixão, não é excesso de lágrimas


é excesso de não poesia


de contradição, sem fantasia
irrealista
e desracionalista.


Como manda a tradição, eu, fêmea do trio, inauguro o humilde, melodramático, catastrófico e compreensivo blog Sociedade dos Poetas Tortos.

Somos três bobos que, há muito tempo, enxergamos o mundo de uma forma diferente. E às vezes, conseguimos colocar essas diferenças em forma de palavras. Admito que isso acontece comigo com menos frequencia do que com os outros dois Werthers, porque sou mais hiperativa, prática e ligado ao "mundo dos vivos" do que eles. Sô aspirante a jornalista, né benhê? Mas num tem problema, porque acho sou que sensível no mesmo nível.

Essa é a nossa diferença - a sensibilidade. Aliás, esses dois são dois grandes exemplos de que a máxima "homem não presta" é extremamente falsa.

Então. Esse texto que coloquei aí em cima foi escrito em Março ou Abril, num dos meus Caderninhos. São uns cadernos que uso pra escrever coisas de vez enquando, sejam reclamações cotidianas ou essas bixisses melodramáticas. Já combinei com os outros dois Tortos que, se eu morrer antes deles, devem dividir igualmente os lucros que o leilão daquela bodega renda. Mesmo se forem R$ 0,03.

Chega, né?

Bem-vindos então!
E é isso aí!