segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Mais nadas

Cansando de cansar-se sem razão
Raciocinando o não sentir dos vazios
E racionando os sorrisos estirados e acomodados dos brilhos dos olhos que fecham.

Cada palavra faltosa,
Cada suspiro mal escondido
Cada papel em branco amarelado com o tempo

E cada tempo passado é um subjuntivo feroz
E cada ferocidade minha é um império sem fim
Que se acaba a cada começar de um novo nada.

Fui - e sempre que era, pensava em como ser
e quando despenso em como será
repenso o que fui, e ignoro o que ainda é, o que já é, o que não é e não deixa de ser.

Cada diferença das semelhanças
cada cutucar do marasmo das lembranças presentes
leva ao fundo do poço cheio de memórias sorridentes e sadias
Ao preencher de informação o que agora tanto vazio preenche com nada.

Ora, combino e descombino palavra
coloco pensamento, força, sentimento e vazio em tudo
E tanto tudo que tento abranger em tão pouco é
que nada expresso, nada devolvo, nada resolvo

Tanta resolução mal caminhada,
tanto caminho não caminhado - corrido, desesperado
parado

Que já não sei, de novo, saber porque saber é necessário
E desmereço a sapiência, a ciência, a paciência...

... e ao nada retorno tudo que me chega.

9 comentários:

  1. Vocês são a verdadeira Sociedade dos Poetas Tortos do ano de 2003?

    ResponderExcluir
  2. Olha, 2003 foi um ano bem legal pra gente, mas se bem que nessa época eu nem conhecia direito a Marina... então... não, Anônimo, creio não sermos esses daí.

    E quem diria que já existiram outros Tortos além de nós =P

    ResponderExcluir
  3. Porra, justo quando a gente pensa que tem uma idéia sensacional... Sempre tem alguém pra estragar e dizer que ela já existia. Saco.

    Mas eu já era torta em 2003, be sure. Os outros dois estavam mais preocupados com os pokemons.

    ResponderExcluir
  4. Alguns ainda estão ô.o ueheuheuheuehuehuehueheuheuheueh

    ResponderExcluir
  5. Bom, ironicamente ou não, releio esse seu texto pela enésima vez, pensando no que escrever sobre ele... e... antes me parecia um texto meio "pós-moderno", com figuras atemporais, sentimentos que fluem, essas coisas todas. Bom, mas quando o reli agora, tenho a impressão de seu texto ter a ver com o meu, postado após este seu. Demorou, mas parece que agora sim eu entendo o que ele quis dizer. Talvez seja isso que eu esteja sentindo com esse desligamento, por assim dizer. Sei lá, posso estar errado, mas foi a impressão que tive.

    Mais uma vez, ironicamente ou não

    ResponderExcluir
  6. Hum, nossa tenho estado sumido, mas não morto, os amigos tortos tem sabido de minha dolorosa rotina, deveras cansativa e não refiro-me somente ao que diz do físico, mas também ao psicológico... chega deste torto e falemos desta torta, o nada me faz pensar no vazio, no vácuo, uma espécie de buraco negro que suga e destrói de uma forma que não deixa rastros, todas as figuras de linguagem remetem a esse nada, as coisas não feitas, uma verdadeira turba... acho que idéia foi justamente dar esse nó, e o jogo de palavras embaralha a cabeça mas o destino da idéia é bem certo, lindissimo Má, adorei o que vc fez com a estrutura e com todas as palavras dele, desculpe meu atraso =\

    PS: Eu não era mto lá de pokemon não, eu já era torto também, escrevia, coisas MTO MTO ruins, mas escrevia, rsrs, mas confesso que pendo pras minhas nerdicies, ainda sim irônicamente não gosto de star trek como certas pessoas que postam aqui =D e em 2003 eu não me lembro o que ocorria... se alguém refrescar minha memória eu agradeço, e ninguém é tão torto quanto a gente, é um dom natural eu diria...

    ResponderExcluir
  7. 2003 = oitava séria pow!
    eu gosto de star wars ò.ó nem vem com trekisse pra cima de mim!

    ResponderExcluir
  8. Oitava série, DRWFG, "cê tá ameaçando meu irmão!? ò.ó", Hopi Hari, aquelas coisas todas. E nessa época eu nem era torto ainda. Parando pra ver, eu fui o último a integrar o ciclo dos tortos.

    ResponderExcluir