quinta-feira, 30 de abril de 2015

Momentum

sit on a chair
smile
give them a head shake
look into their eyes
see how empty they are
- a mirror to your soul

a loud laugh
a narrow view
ticking inexisting clocks and
flooing with dried rivers
ain't no sense in the struggle
ain't no sense in wanting

screens are windows to under over worlds
words are flies flying
around lightbulbs
which shall be off
when stares are out

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Não

Não é pau,
nem pedra,
nem o fim do caminho
nem o resto.

É o começo do fim do meio,
ou o fim do começo,
ou o meio do meio.

Já nem sei mais.

Só sei que sei cada menos vez,
cada mais momentos que não passam, se arrastam
porque só solidam-se com a solidão e a incompreensão dos imovimentos

que se movem mareadamente no ar:

reclamações
antecipações
preguiças
irritadiças
areadas e despreparadas

para o futuro que é sempre futuro quando presente

e passa a tornar-se um filme do passado, assado, cozido

insosso

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Na realidade

a realidade não existe.
E se existir, nunca é uma.
É só interpretação.

Esse meu julgamento sobre seu julgamento é irreal.
Seu julgamento sobre meu julgamento é irreal.

Seu raciocínio não acompanha meus impulsos, e minhas atitudes de fato discordam das minhas convicções com freqüência.

Mas é só porque eu sei (ou interpreto da forma que me convém nesse instante) que as convicções e as atitudes não são realidades.

São fragmentos de um cenário inexistente. 

Só a multiplicidade de ângulos liberta.

E sempre ela nos aprisiona na terrível dor que é viver na tentativa absurda de compreensão, controle e transcendência.

Nossos julgamentos são absurdos, porque transformam poeira em superficies opacas, planas e chatas. 

Mas os momentos, as circunstâncias e as atitudes são tão geométricos quanto o ar
       E tão palpáveis quanto a poesia.

Então, car@ interlocut@r,

Desapeguemo-nos das interpretações rasas. Das expectativas certeiras. Dos olhares viciados. Dos preconceitos enraizados.

Se a realidade é poeira, é com um sopro que ela muda de forma.

E qual vai ser o Santo a nos indicar que caminho seguir para que a vida pareça menos descontrolada nas tão infames tentativas de controle das mudanças?

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Medo

MEDO

   do meio
do médio

do extremo
do medíocre
           do ínfimo, imperceptível

da tensão intocável
 - quase inexistente, não
          fosse por uma ideia

   temo
   e quanto mais afasto, mais aproximo

aconchego e repulso a ideia

    temo
      imovo
     irreajo
imagino e viajo

tropeço na eletricidade intocável

toco
     sem aproximar-me

 Vejo, e só enxerrgo solidão

 Ouço, e só busco o silêncio
    (não surdo, mas mono
masmorra
morrendo de tanta
vida

temo.
     não movo.
     vejo, não corro
     roubo momentos
     testo memórias inventadas

E, de novo, temo
temosvelho,
temosnovo,

temos surreal
     temor inventado

Desligo da corrida
desligo a eletricidade

Mas o medo não dá
- ele toma
   e se reseta o tempo todo
nas mãos,
nos dedos comidos
nas horas cometas e nos minutos finitos
nas bifurcações e nas obrigações

o medo
    pavor
                temor
             torpor
não perdoa, não libera, não leva e não deixa
Só é. Sem estar.

   
Escrito/vomitado em 06/02/2015

Sinto de segurança

Sinto de segurança
Publicado em 7 de fevereiro de 2015 por Marina Guimarães
Palavras não expressam
não formulam
cessam o pensamento
impensando a lógica.
Substituindo o impulso

Parto para dentro
afogo os afagos
fecho os olhos para o medo

  -não para ignorá-lo,
  sim para atenuá-lo

Sinto o sentido nas partidas
Mas sinto amarras, cinto de segurança

sentido, padrão, propósito
humanidade, sequência, paciência

Perseverança, alegria, grafia
                                         grátis seria

Querer é
               pensar ou ser?

Querer, sentir,
                        precisar é
                                     querer não
querer é, querer foi

misturou se ao ser, ao serei
às sereias que a criança fui

E apaga-se
    Sobra o estar
    Sobra o desafio de
só seguir
      mais com seja do que
com quem.

Seguir só
             ou seguir sem

seguir para perseguir?
ou seguir para suportar

A posição
                 de indisposição

com a caneta sincera na mão

e a cabeça veloz -quase um algoz

Algo assim
         sem ser

Algum álbum de lembrança
                               qualquer
E me espalho…

      no

                                   PAPEL

no

           cantar

                          no escolher sem
                                decidir

no caminhar sem ir

e nas breves decisões incertas.

          um canto de insegurança

Sinto de insegurança

Porque o que segura, não é
segurar não existe

Somos soltos
              estamos andando
               o movimento não pára
                                 Respira.
                                  Transpira.

Ofega.
          mas não pára.

E eu durmo.
                    Sigo a caminhada.

Com os cintos apertados
                e os sintos folgados.

Escrito/vomitado à mão em 04/02/14. Espero ter conseguido reproduzir o posicionamento das palavras.
    

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Des culpa

Desculpa.

O tempo todo. Desculpo-me.

Mas me culpo.

É uma culpa desde,uma culpa sem de.

Mas quando a gente pede as desculpas,

descarrega

e carrega de volta, às vezes,

sem saber.

É um vai e volta que normalmente quase não volta

e fica lá dentro fazendo redemoinhos, dando voltas, dançando com saltos pontiagudos em cima do ego da gente.

O jeito é tentar fazer com que a des

culpa

traga menos

culpa

e mais paz