sábado, 7 de fevereiro de 2015

Medo

MEDO

   do meio
do médio

do extremo
do medíocre
           do ínfimo, imperceptível

da tensão intocável
 - quase inexistente, não
          fosse por uma ideia

   temo
   e quanto mais afasto, mais aproximo

aconchego e repulso a ideia

    temo
      imovo
     irreajo
imagino e viajo

tropeço na eletricidade intocável

toco
     sem aproximar-me

 Vejo, e só enxerrgo solidão

 Ouço, e só busco o silêncio
    (não surdo, mas mono
masmorra
morrendo de tanta
vida

temo.
     não movo.
     vejo, não corro
     roubo momentos
     testo memórias inventadas

E, de novo, temo
temosvelho,
temosnovo,

temos surreal
     temor inventado

Desligo da corrida
desligo a eletricidade

Mas o medo não dá
- ele toma
   e se reseta o tempo todo
nas mãos,
nos dedos comidos
nas horas cometas e nos minutos finitos
nas bifurcações e nas obrigações

o medo
    pavor
                temor
             torpor
não perdoa, não libera, não leva e não deixa
Só é. Sem estar.

   
Escrito/vomitado em 06/02/2015

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