quarta-feira, 1 de abril de 2015

Na realidade

a realidade não existe.
E se existir, nunca é uma.
É só interpretação.

Esse meu julgamento sobre seu julgamento é irreal.
Seu julgamento sobre meu julgamento é irreal.

Seu raciocínio não acompanha meus impulsos, e minhas atitudes de fato discordam das minhas convicções com freqüência.

Mas é só porque eu sei (ou interpreto da forma que me convém nesse instante) que as convicções e as atitudes não são realidades.

São fragmentos de um cenário inexistente. 

Só a multiplicidade de ângulos liberta.

E sempre ela nos aprisiona na terrível dor que é viver na tentativa absurda de compreensão, controle e transcendência.

Nossos julgamentos são absurdos, porque transformam poeira em superficies opacas, planas e chatas. 

Mas os momentos, as circunstâncias e as atitudes são tão geométricos quanto o ar
       E tão palpáveis quanto a poesia.

Então, car@ interlocut@r,

Desapeguemo-nos das interpretações rasas. Das expectativas certeiras. Dos olhares viciados. Dos preconceitos enraizados.

Se a realidade é poeira, é com um sopro que ela muda de forma.

E qual vai ser o Santo a nos indicar que caminho seguir para que a vida pareça menos descontrolada nas tão infames tentativas de controle das mudanças?

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