terça-feira, 9 de novembro de 2010

Toc Toc

O futuro tá batendo ali na porta.
Eu estou aqui, enrolada em um cobertor, tremendo de medo.
Às vezes levanto, pego um taco de baiseball e me preparo para atacá-lo.
Às vezes vou à cozinha e preparo o melhor chá da tarde para recebê-lo.
Mas… E se ele não for verdade?
E se essas batidas na porta forem os medos do presente,
as injustificativas do passado?
Daí sim as convidarei para entrar, sentar em meu sofá e continuarem aquela longa conversa.
Seremos amigos.
Mas o futuro…
Ele não liga pra falar que vem. Não manda e-mail.
Na verdade, o certo, seria eu já ter saído para encontrar com ele há pelo menos um ano.
Mas não fui. Quis dar uma de difícil.
E agora fico com medo, ansiedade e insaciedade esperando que ele entre pela minha porta…

E se a porta ficar sempre fechada?
Então eu realoco os móveis do presente,
jogo algumas roupas antigas pela janela,
e começo o presente tudo de novo.
Como deveria ter feito ontem.

2 comentários:

  1. Yay, estamos então todos os três na mesma vibe. Excelente texto, curto e direto. E como disse, me identifiquei com ele, provavelmente o Wil também. Pior do que ser adolescente é ser jovem adulto, fato.

    Eu não sei... acho que a ideia é a gente ter a casa sempre arrumada pra receber o futuro sabe-se lá quando ele chegar. A gente não sabe nem como e nem quando virá, mas vem. O importante é estar preparado.

    ResponderExcluir
  2. É uma fasezinha terrivel essa, acho que se dá com o final da adolescência, sem saber ao certo o que somos ou como proceder com as responsabilidades que vão chegando, rótulos que vão colocando, incerteza se aquilo que apostamos nossas fichas é o mais certo ou o mais errado...

    Acho que não há como se preparar, a gente pode tentar, mas nunca vai ter idéia de como agir quando a coisa acontece, o golpe é sempre muito forte. Acho que não dá pra se preparar, é tipo um jogo de poker, você joga com as cartas que tem naquele momento, as vezes uma mão boa e as vezes uma mão ruim, e mesmo sabendo disso, não dá pra afastar toda essa insegurança...

    ResponderExcluir