segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Sobre a perda e a tristeza.



É engraçado ver como as pessoas reagem a "grandes perdas da humanidade" se é que posso chamar assim, é sempre um sentimento mutuo de dar um tapinha nas costas um do outro e dizer "perdemos" alguém que por mais que se admire, tenha um contato, até uma idolatria, não se conhece de fato. Grupos tendem a pactuar na "dor da perda" para reforçarem seus laços e reafirmarem suas posições na sociedade. O pesar, que deveria ser algo nobre, uma ode a memória do que agora é somente algo que apodrece, se torna ainda troça, depois de morto o cadáver se torna escada para que outros subam e gritem a plenos pulmões sua identidade aos quatro cantos do mundo, e ouçam outros gritarem de volta, acenando, se unindo, "compadecendo" em grupo, reafirmando o compromisso com seu "estamento social"...
Eu não sei se é uma questão de amadurecimento, vejo gente de todas as idades fazendo isso, quiçá eu seja uma pessoa insensível de fato, não entenda a contribuição de certas personalidades para a história do mundo ou mesmo para a história de cada um, mas algo que eu entendo é sobre perdas, e devo dizer que me sinto ofendido quando vejo essas atitudes. Talvez esteja na hora de enxergarmos um pouco melhor o que de fato as coisas são, refletir melhor sobre o que significam certas atitudes e convenções, o que é construído e o que não é, principalmente em relação a sentimentos, mas se você enxerga isso e vive fora dessas construções, você é posto a margem da sociedade. Então meus caros norte coreanos sigam chorando lastimavelmente a perda de seus lideres e ídolos, profundamente deprimidos, pois eu imagino que de fato vocês realmente sentem muito... Não suas perdas, mas sua solidão, fraqueza e a necessidade de se ligar a algo "maior" ou um "deus menor" para que possam sobreviver...

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