sábado, 20 de abril de 2013

Algo sobre navios


Tenho navegado em mares
terríveis
tempestades infinitas
maremotos, lares de bestas e tubarões

ainda assim

piso em chão firme
em madeira segura
perfume suave
e um suave balanço
de quem passeia sobre as ondas ao ponto de quase flutuar

A chuva?
molha meus telhados envidraçados
tocando a música de sorrisos e memórias deliciosas que costuram o futuro

no presente, costurei uma bandeira pálida

de cores fortes, delicadas e marcantes ao mesmo tempo.

Os cômodos tem espaço para multiplicar meu convés
deixando os frios
as tempestades
as encantadoras e traidoras sereias

como uma triste paisagem
para quem, deliciosamente

tenta salvar outros marujos
a deriva no mar

E são tantas
que quanto mais cheios nossos galpões
mais deesperados eles se aproximam

ora, esses corações não são de ferro

e essa nau ainda não aprendeu a voar

mas estenderemos nossos quatro braços a todos

sorrindo
secando o sal
trazendo guarda-chuvas

e torcendo para não afundarmos com o excesso de peso

Encontrei isso em um caderninho de anotações que usava a trabalho há mais de um ano atrás. Nem ideia do que signifique...

Um comentário:

  1. Querida,
    Embora não tenha ideia do que signifique, é lindo demais e me emocionou.
    bjks com carinho,
    Sola

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