segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Comprimido.

Algo em você me faz novamente verdadeiro em mim,
verdade que esqueci por muito tempo
enterrei num otimismo vago, inócuo
escondido num sorriso vazio sem qualquer perspectiva
essa lentidão serena, dopada, irrequieta
esse desespero calado, a sensação completa
de um elouqüecimento tácito permeado
na desordem caótica de um desalento fúnebre.

Isso sou eu, essa dor moribunda que condeno
Injusta! Esse sofrimento que não se explica que é
mera conseqüência de uma vida que não faz
nunca fez sentido.

Me torna real enquanto esfaqueia-me
Suga os indícios, cospe lembranças tortas
uma memória que não funciona, retorcida
palavras falciformes, versos não falados
esquecidas, lapidados, sepultadas
...

A realidade acaba, as gentilezas se tornam sorrisos
mas essa solidão permanece.
nada quero, só tenho sono.
sono profundo lento
não há descanso
sem justo e belo
esquecimento.

Um comentário:

  1. Caaara, como eu não tinha lido isso? Tá SENSACIONAL!!! É tipo a sua inspiração de dez anos atrás com pontuação e uma construção textual extremamente evoluída. Show de bola, will. Congrats.

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