quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Como estar sob uma chuva intensa e gelada, cada gota é uma farpa que lacera a carne, e ter que andar da casa pra escola numa quinta feira no início de julho. Mas não chove. O corpo não sangra, as outras pessoas simplesmente não sentem nada, e não há sequer vestígios de umidade na roupa. Em que medida isso é de fato? Há qualquer coisa que não explico, essa angústia que me espreita em cada curva ou esquina. O aperto que arrebata dessa maneira particular, corta as velas e se fica à deriva nesse mar de lama, alma como fel que aprendemos a esconder entre as dobras dos sorrisos e servir apenas a parte doce da ambrosia podre.

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