quinta-feira, 7 de maio de 2020

Durante a noite é tudo um pouco pior, os medos se ampliam, a ansiedade bate a porta de uma maneira estranha, e eu só consigo pensar que gostaria que isso passasse. A bem da verdade tudo tem melhorado sim, digo, os medos tem se abrandado, estão mais fáceis de lidar. Eu só gostaria que as coisas todas voltassem ao normal, estou mais calmo sim, mas ainda sinto aqui. Me sinto sozinho, sinto saudades de ter uma companheira, mas também não gostaria de lidar com o julgamento, acho que é isso que tanto me corrói e me impede de tentar... Nos meus diálogos mentais sempre penso como sou muito complicado e não compenso com aquilo que tenho a ofertar, estou velho, e cansado, e sinto no peito o peso de uma tonelada. Me sinto sozinho, mas talvez eu tenha estado sozinho a vida inteira, tenho dificuldade de diferir a realidade das paranóias, tenho que ficar lembrando o tempo inteiro de quem eu sou, racionalizando comigo mesmo. Isso cansa. Posso ficar pelo caminho? Já não importa mais, de verdade, para que continuar? Eu sigo nas minhas palavras infantis de sempre, no meu texto ruim e grafado errado. De que importa?

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